Temido recusa “explorar óbitos e sofrimento”
A ministra da Saúde recusou ontem “explorar óbitos e sofrimento” e culpou a pandemia de covid-19 e a queda do Governo pelo adiamento de respostas para melhorar o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
“Não vou explorar os óbitos, o sofrimento de bebés, de mães, de famílias e dos profissionais de saúde que se confrontam com situações limite e da sociedade que se confronta com a ansiedade de serviços que funcionam com alguns constrangimentos”, disse Marta Temido aos deputados durante um debate de urgência no parlamento requerido pelo Chega "sobre o caos instalado nos serviços de urgência de ginecologia e obstetrícia do país".
A ministra foi confrontada pelos vários partidos sobre a morte de um bebé no hospital de Caldas da Rainha na semana passada e sobre o fecho de vários serviços de urgência.
A governante assegurou que estas situações vão ser “naturalmente averiguadas com serenidade e total transparência para se perceber aquilo que falhou".
Marta Temido admitiu também que “há problemas estruturais”, mas que “não são de agora”, apontando que “há uma resposta e uma visão estratégica”.
“Caso se tenham esquecido, este parlamento aprovou uma nova lei de bases da Saúde em 2019, a implementação dessa nova lei de bases da saúde, designadamente por via de um novo estatuto do SNS, ficou adiada porque aconteceu uma pandemia e uma queda do governo”, disse.
Marta Temido relembrou que o novo estatuto do SNS “tem soluções estratégicas, uma visão em termos de recursos humanos com a autonomia das contratações, com incentivos aos profissionais de saúde e com pactos de permanência”.
A governante disse também que o
Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) é “outro dos instrumentos estratégicos” que o Governo tem em mãos e que prevê “desde o principio, não só um conjunto de investimentos, mas um conjunto de reformas estruturais que visavam melhorar a rede de referenciação do SNS”.