Jornal Madeira

‘PANDEMIA’ DE FOTÓGRAFOS NÃO PROFISSION­AIS

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Através das suas lentes, a A Dream Story quer contar as histórias de amor, mas a covid também trocou a volta a estes fotógrafos, justamente na altura em que iriam voltar em força ao trabalho. De facto, conforme revelou Miguel Nóbrega, em 2020, a sua empresa fotografou apenas seis casamentos. Por isso, é perentório quando recorda aquele ano como um “muito mau”, aditando-se o facto de 2021 também ter ficado aquém dos números pré-pandémicos, que chegavam 40/50 casamentos anuais.

“Foi muito difícil. Tivemos de recorrer à linha de crédito de covid-19 para manter as portas abertas”, recorda o fotógrafo, que perspetiva 2022 como um ano de retoma, mas ainda não ao nível esperado, já que soma apenas cerca de 30 bodas, com várias vagas ainda por preencher.

Ademais, para além das cicatrizes deixadas pela covid-19, o segmento dos fotógrafos depara-se de momento com um outro desafio, que tem vindo a agravar-se nos últimos anos: a explosão de novos fotógrafos ‘não profission­ais’, que fazem uma “concorrênc­ia completame­nte desleal”.

“Não só a covid-19 foi mau para nós, como também o é a falta de lei e regulament­ação desta área, em que qualquer indivíduo com uma máquina faz fotografia­s sem passar recibos. É uma situação que se tem agravado nos últimos anos, a olho nu e nas barbas das autoridade­s. Essas pessoas têm tanto direito de trabalhar nesta área quanto eu, mas têm de jogar com os mesmos dardos que nós”, alertou.

Nesta ‘ressaca’ da covid-19 e da ‘pandemia’ de não profission­ais, 2023 ainda se reveste, por isso, de incertezas. “Temos tido muitos pedidos de orçamento, mas os contratos não têm sido muitos”, frisou o profission­al.

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