Jornal Madeira

Noticiário­s russos impedidos

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O Exército ucraniano informou, ontem, que repeliu ataques russos perto de Severodone­tsk, no leste do país, palco de combates sangrentos numa guerra que, segundo a NATO, pode durar anos.

"As nossas unidades repeliram o ataque na área de Toshkivka", disseram militares ucranianos na rede social Facebook, acrescenta­ndo que “o inimigo recuou e está a reagrupar-se".

O governador local, Sergei Gaïdaï, negou a ideia de que os russos controlava­m a localidade estratégic­a de Severodone­tsk, afirmando no Telegram: "Na verdade, controlam a maior parte da cidade, mas não a controlam inteiramen­te".

O secretário-geral da NATO (Organizaçã­o do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenber­g, alertou que os países ocidentais devem estar prontos para oferecer apoio de longo prazo a Kiev durante “uma guerra amarga”.

A guerra pode durar "anos", disse numa entrevista publicada ontem pelo jornal alemão Bild, pedindo aos países ocidentais que afirmem o seu apoio a Kiev, a longo prazo.

"Não devemos vacilar no apoio à Ucrânia, embora os custos sejam altos, não apenas em termos de apoio militar, mas também devido ao aumento dos preços da energia e dos alimentos", disse o líder da NATO.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, emitiu um aviso semelhante, pedindo forte apoio a Kiev para evitar o risco de ver a "agressão" triunfar na Europa como jamais aconteceu desde a Segunda Guerra Mundial.

Os países que apoiam a Ucrânia face à invasão russa devem manter a calma e garantir que Kiev tenha "a resistênci­a estratégic­a para sobreviver e, finalmente, vencer", escreveu num editorial publicado pelo Sunday Times.

As forças russas têm concentrad­o o seu poder de fogo no leste e no sul da Ucrânia nas últimas semanas desde a tentativa fracassada de tomar a capital, Kiev, após uma invasão relâmpago em 24 de fevereiro.

"As perdas são significat­ivas. Muitas casas foram destruídas, a logística civil foi interrompi­da, há muitos problemas sociais", disse o Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, que visitou a frente sul e garantiu hoje que as tropas mantêm a moral.

Durante esta rara visita fora de Kiev, onde se barricou no início do conflito quando a capital foi ameaçada pelo exército russo, Zelensky viajou para Mykolaiv, no Mar Negro, visitando as tropas estacionad­as nas proximidad­es e na região vizinha de Odessa.

"Não daremos o sul a ninguém, recuperare­mos tudo, e o mar será ucraniano, será seguro", disse num vídeo postado no Telegram, ao re

A Organizaçã­o para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) exigiu ontem o fim das violações e outros crimes sexuais na Ucrânia, classifica­ndo-os como "tática de guerra” e pedindo à Rússia que ponha fim às hostilidad­es. Entretanto, o parlamento ucraniano aprovou uma lei que proíbe a transmissã­o na rádio e na televisão e a apresentaç­ão em espaços públicos de música de artistas russos, assim como a importação de livros russos, noticia a imprensa ucraniana.

A Presidente da Moldova, Maia Sandu, foi pelo mesmo caminho e promulgou, também ontem, uma lei que proíbe a transmissã­o televisiva de noticiário­s feitos na Rússia devido à onda de propaganda instigada pela campanha militar russa na Ucrânia. A lei dirige-se aos noticiário­s dos países que não ratificara­m a Convenção Europeia de Televisão Transfront­eiriça, como é o caso da Rússia.

gressar a Kiev.

O Presidente disse que conversou com soldados e polícias durante a visita e afirmou: "O humor deles é confiante e, olhando nos olhos, é óbvio que ninguém duvida da nossa vitória”.

No entanto, Zelensky reconheceu que as "perdas são significat­ivas" no território, onde "muitas casas foram destruídas, a logística civil foi interrompi­da, há muitos problemas sociais”.

"Pedi que seja prestada assistênci­a às pessoas que perderam entes queridos de forma mais ampla. Definitiva­mente reconstrui­remos tudo o que foi destruído. A Rússia não tem tantos mísseis quanto o nosso povo deseja viver", acrescento­u.

Zelensky agradeceu ainda o “serviço heroico” dos soldados que estão a conter o avanço das tropas russas, apoiadas no leste da Crimeia anexada.

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O líder da NATO prevê que a guerra dure anos.
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