’SENHOR VOLEIBOL’ LAMENTA AUSÊNCIA DA MADEIRA NO TOPO
O JM esteve à conversa com José Jardim, homem que enquanto jogador, treinador e diretor tem catapultado o Benfica para o sucesso.
A Madeira continua a ser um dos destinos de férias para muitas figuras com relevo nacional das várias áreas da sociedade. O desporto não é exceção. Nos últimos dias, a ilha recebeu a visita de José Jardim, um dos mais prestigiados vultos do voleibol nacional.
Nascido em Lisboa, há 59 anos, José Jardim chegou ao Benfica há sensivelmente 40, sendo um dos principais obreiros do crescimento do voleibol encarnado ao longo das últimas décadas. Primeiro como jogador (e capitão), depois como treinador e desde 2018 como diretor desportivo. Refira-se que antes de Jardim, as ‘águias’ nunca tinham logrado conquistar o campeonato nacional. Atualmente, os lisboetas contam com dez, todos tiveram o seu cunho.
No período em que cá esteve de férias, o JM conversou com Jardim nos Salesianos do Funchal, instituição com a qual tem forte ligação pessoal, até tendo em conta que é professor de Educação Física nos Salesianos do Estoril.
Ao Jornal, explicou que é visitante há muitos anos do arquipélago, inicialmente enquanto jogador e treinador que defrontava as equipas presentes na 1.ª Divisão Nacional – Machico, Marítimo e
Nacional – e mais recentemente a título pessoal. Há muito tempo ligado ao fenómeno, o professor lamenta que a Madeira, ao contrário, por exemplo, dos Açores, não conte com equipas nas primeiras divisões da modalidade há sensivelmente uma década [os últimos participantes foram o Marítimo nos masculinos e o CS Madeira nos femininos]. Todavia, entende que é uma situação que se alastra ao todo nacional. “Acho que é um problema não só a Madeira, mas como de Portugal Continental. De Lisboa para baixo há pouca expressão no voleibol”, disse. Aliás, a formação é um tema ‘querido’ para Jardim.
10 dois como jogador, cinco como treinador e três como diretor desportivo. Todavia, conta com 34 em todas as competições. Incomparável.
‘Salvador’ encarnado
Começou a praticar voleibol aos 12 anos na Escola António Arroio, em Lisboa, tendo chegado ao Benfica ainda nos juniores. Todavia, acabaria por ingressar no Sporting, onde participou na escalada da 3.ª à 1.ª Divisão antes de regressar aos encarnados, à época no 2.º esca
TÍTULOS DE CAMPEÃO: lão, para construir história. Hoje são várias as referências a José Jardim, tanto no Museu do Benfica como na Rotunda Cosme Damião, nas imediações do Estádio da
Luz. Após o fim da carreira como jogador, em 1992, foi treinador dos juniores e depois dos seniores, aquando da reativação desta equipa. É mesmo considerado por figuras de proa encarnadas como o ‘salvador’ da modalidade. “Costumo dizer que o maior contributo que dei ao Benfica não foram os títulos, mas continuar a acreditar que apesar da extinção da equipa de seniores, um dia voltaríamos. A equipa de seniores foi extinta, mas a secção manteve-se. Crescemos e vencemos as divisões todas, só com atletas oriundos da formação”, disse. Aliás, a formação é mesmo um tema muito ‘querido’ para o homem forte do voleibol encarnado.