“Nova ordem mundial” exige novas respostas
O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira abriu o leque de intervenções das Jornadas JM, expressando as suas preocupações sobre a colocação dos jovens num contexto mundial difícil, “em que a única certeza é que vivemos na incerteza", tendo por base a guerra na Ucrânia e os seus efeitos à escala mundial e a pandemia, que "vieram alterar comportamentos e lançar a imprevisibilidade na economia”.
Alertando para “a nova ordem mundial que está a nascer” e para as “profundas mudanças, na forma como vivemos, trabalhamos, produzimos e nos socializamos”, na nova era do digital, José Manuel Rodrigues disse que a Madeira não está imune ao que se passa à sua volta e sendo uma economia aberta ao exterior e dependente de exportações está, naturalmente, sujeita às sequelas da guerra e às suas consequências".
Apesar de, no imediato, a Região estar a beneficiar com a indústria do turismo e com os projetos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência e do novo Quadro Comunitário Europeu” que criarão emprego, o responsável advogou que é preciso pensar a médio e longo prazo” e “estas Jornadas servem, precisamente, para isso".
Nessa lógica, deixou várias questões, afirmando ser necessário pensar a sociedade que queremos ter daqui a dez anos, que vai ser marcada pelo envelhecimento da população e queda da natalidade. O responsável pelo Parlamento madeirense pediu uma reflexão sobre a possibilidade de “aumentar as pensões e as reformas sem aumentar os impostos”, e sobre os “meios financeiros necessários para custear as crescentes despesas com a Saúde, com os novos tratamentos, altamente especializados”.
Mas as suas preocupações não se ficam pelas interrogações descritas. Os jovens estão também no seu pensamento: "Como é que vamos requalificar os jovens que têm cursos sem saída profissional e como fazer retornar à vida ativa os jovens que não estudam nem trabalham? Que escola vamos ter no futuro e como é que as universidades, tradicionalmente conservadoras, vão acompanhar as mudanças tão rápidas que estão a acontecer e como vão responder às necessidades da economia e da sociedade?”.
José Manuel Rodrigues pediu aos presentes nas Jornadas JM, realizadas no Museu de Imprensa, uma reflexão sobre as questões colocadas, convicto de que sairiam algumas respostas e soluções para “os desafios que se colocam ao futuro da Madeira e do Porto Santo”.
Como é que vamos requalificar os jovens que têm cursos sem saída profissional e como fazer retornar à vida ativa os jovens que não estudam nem trabalham?
José Manuel Rodrigues,
presidente da ALRAM