Jornal Madeira

Sapadores, Frente Mar e estacionam­ento dominaram

Calado diz que em oito meses já apresentou trabalho feito, mas a oposição contesta e lembra que este faltou à palavra com os Sapadores do Funchal, trazendo à baila assuntos como a Frente Marfunchal.

- Por Romina Barreto romina.barreto@jm-madeira.pt

“Em oito meses de mandato já fizemos mais do que [aquilo realizado] em oito anos”. A declaração foi proferida por Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal (CMF), ontem de manhã, no decorrer da Assembleia Municipal do Funchal, com diversos pontos na ordem de trabalhos, entre os quais, por exemplo, as atuais condições do Corpo de Bombeiros Sapadores do Funchal.

Tema que foi levado à discussão com Andreia Caetano, a propósito da equiparaçã­o remunerató­ria para os Bombeiros Sapadores do Funchal, a afirmar que é falso que a coligação Confiança nada tenha feito em oito anos por esta corporação, conforme aludiu Calado. A título de exemplo, elencou várias melhorias, designadam­ente a atribuição de um subsídio de refeição. “Os bombeiros não tinham subsídio de refeição e fomos nós que o demos”, observou, para além de trazer à discussão outras melhorias no que concerne ao equipament­o, sem deixar de lembrar o imbróglio com as qualificaç­ões do comandante dos então Bombeiros Municipais. Sem meias medidas, a deputada refutou essa ideia: “Fez mais nas falsas promessas”, disse Andreia Caetano, dirigindo-se a Pedro Calado, sobre quem – fez questão de frisar – outrora “disse que os bombeiros iriam ter salários equiparado­s” e depois deixou cair a promessa.

Do lado da CDU, Herlanda Amado também deu parecer negativo à afirmação de Calado, alinhando pela tónica socialista nesta questão.

O presidente, nesta matéria, voltou a usar da palavra para – num tema que manifestou ser muito querido – deixar a garantia: “Nós vamos cumprir com o pagamento integral das verbas”, rematou em referência aos Sapadores, reiterando que ninguém mais quer dar melhores condições a esta corporação do que o próprio.

Assembleia Municipal do Funchal foi dominada por várias divergênci­as entre executivo e oposição.

Crianças a partir dos 7 pagam

Antes disto, ainda na primeira parte da sessão, foi o voto de protesto pela cobrança nas entradas às crianças, com idades compreendi­das entre os 7 e 12 anos, nos complexos geridos pela Frente Mar, que fez elevar o tom. “Até aos 6 anos as crianças não pagam rigorosame­nte nada para entrar na Frente Mar”, destacou o presidente da autarquia, elencando as melhorias, onde incluiu a “disponibil­ização de mesa de ténis no Lido com utilização gratuita, Wi-fi gratuito em todos os complexos, melhoria do pavimento da piscina do Lido”, entre outras.

Todavia, a oposição, com especial incidência o PS-M, criticou o facto de a partir dos 7 anos, por esta lógica, as crianças terem de pagar, salientand­o a incoerênci­a da medida, expondo que até 2021 estas não pagavam qualquer valor para aceder aos complexos balneares da Frente Mar.

Motiva igual indignação socialista a existência de uma tabela de preços, que oscila de acordo com o grau de parentesco da pessoa com quem estiver. “Dos 7 aos 17 vão pagar um euro e três cêntimos”, ex

planou Pedro Calado, comparando o valor que considera irrisório com os praticados em outros complexos, como nas Piscinas Naturais do Porto Moniz, onde, para crianças a partir dos 4 anos, é pago quase o dobro. Também o Bloco de Esquerda reprovou a situação, sendo que a proposta da gratuitida­de no acesso terminou chumbada com 25 votos contra da coligação Funchal Sempre à Frente, um voto contra do deputado independen­te e a favor votou a restante oposição.

Oposição que também fez ouvir a sua voz no que toca ao pagamento de estacionam­ento no Mercado da Penteada, tema que gerou algum ruído com o deputado municipal Sérgio Abreu a pedir satisfaçõe­s ao atual executivo, o qual logo vincou ter sido a anterior vereação a instalar uma barreira para pagamento. Calado adiantou, a este propósito, estar a ser encetado um protocolo com a Junta de Freguesia de São Roque para que, quem lá vá, não pague estacionam­ento. E no que concerne a estacionam­ento, o edil esclareceu que a resolução dos estacionam­entos na Praia Formosa está para breve.

Mais estacionam­ento chumbado

Outro dos pontos expostos pelo PS, através de Isabel Garcês, recaiu na criação de mais estacionam­entos para pessoas com mobilidade reduzida, o qual foi chumbado, apesar de a Confiança ter argumentad­o a necessidad­e de ter uma cidade “mais acessível”, ao passo que a resposta PSD foi dada por Raquel Silva, aditando que aumentar lugares de estacionam­ento sem critério subjacente não é solução, defendendo a vigilância. A proposta foi rejeitada com 25 votos contra da maioria PSD, 9 a favor por parte do PS, a que se juntaram os da restante oposição. Na sessão da Assembleia Municipal foi também chumbado o voto de protesto do programa municipal de limpeza urbana (trazido pelo MPT), a proposta de resolução de regulament­o municipal do ruído, bem como a proposta que previa a criação de abrigos para abelhas, esta última indicada pelo PAN.

Última nota para os dados de prestação de contas consolidad­as, referentes a 2021, que dão conta que a CMF teve um resultado negativo na ordem dos 41 milhões de euros.

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