Viticultores vão receber mais por quilo e escoamento das uvas está garantido
O secretário regional de Agricultura e Desenvolvimento Rural reuniu-se ontem com os operadores económicos do setor do Vinho Madeira para definir o arranque da próxima vindima e para delinear estratégias para fazer face às novas problemáticas que enfrenta a viticultura, motivadas pela escalada de preços e a escassez de mão de obra.
“É com muita satisfação e agrado que podemos anunciar que o setor vai garantir o escoamento das uvas este ano, bem como o aumento do preço por quilo pago aos viticultores”, afirmou, ao JM, Humberto Vasconcelos.
O Jornal sabe que o preço médio pago no ano passado rondou os 1,26 euros/quilo, um valor apurado a partir da relação dos preços praticados para as várias castas.
“Apesar de todas as dificuldades que estamos a viver, face ao aumento dos fatores de produção e à subida dos preços de muitas das matérias-primas, o Governo Regional conseguiu sensibilizar o setor para a importância do escoamento de toda a produção de uva para vinho deste ano e para a necessidade de aumentar o preço pago aos viticultores, que representa um grande esforço, que é preciso reconhecer, e que tem por finalidade a valorização e contínuo crescimento deste importante setor para a Região”, regozijou-se o governante.
Contudo, o preço por casta para este ano ainda não é conhecido.
“Só há setor com viticultores satisfeitos e é nesse sentido que temos vindo a trabalhar, de proporcionar a todos os agentes económicos envolvidos na produção de Vinho Madeira as devidas condições para que a vindima seja desenvolvida de forma normal, sem constrangimentos e com a devida rentabilidade”, mencionou ainda Humberto Vasconcelos, sublinhando a subida do valor que será pago este ano. “Está garantido um superior rendimento aos viticultores”, sentenciou. De acordo com dados da Secretaria
Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural, a produção de uvas em 2022 deverá cifrar-se entre os 3.700.000 e os 3.900.000 kg, ou seja, semelhante à dos últimos três anos. Dispersa por 410 hectares, o processo da apanha da uva e da vindima arranca a 29 de agosto.
Por outro lado, os dados do Governo Regional mostram que o número de viticultores era de 1.237, em 2021; acima dos 1.208 registados em 2020, mas abaixo dos 1.253 de 2019.
Já o número de empresas que receberam uvas foi o mesmo em 2021 e 2020 (20) e menor em 2019 (17).
Relativamente à produção de uvas, 2021 foi o melhor dos últimos três anos. Com efeito, no ano passado foram produzidos 3.982.723 kg de uvas, acima dos 3.743.697 kg em 2020, e dos 3.877.884 em 2019.
Acrescente-se, por outro lado, que o Governo Regional, através do IVBAM, presta assistência técnica aos viticultores, através do controlo de maturação das uvas, que tem como objetivo ajudar o viticultor a melhor decidir a data de vindima. O controlo de maturação das uvas é realizado sempre que os viticultores o solicitam e de forma gratuita.