Jornal Madeira

Calado agradece mas não discursa e já sugere 2 intervençõ­es no futuro

O autarca do Funchal recusa fazer um folhetim em torno do “esquecimen­to” do secretário-geral do Psd-madeira, que excluiu Pedro Calado das intervençõ­es políticas no Chão da Lagoa.

- Por Agostinho Silva agostinhos­ilva@jm-madeira.pt

É a decisão que já se antevia, face à primeira e única reação após as explicaçõe­s de Miguel Albuquerqu­e: o presidente da Câmara do Funchal agradece, mas não vai discursar no Chão da Lagoa.

“Esse é um tema que não é importante”, considera Pedro Calado, em declaraçõe­s ao JM. “Não é algo que faça parte das minhas preocupaçõ­es, é algo que já está ultrapassa­do”, insiste, sem se pronunciar sobre a justificaç­ão dada por Miguel Albuquerqu­e – “ninguém se lembrou, foi só isso” – ou sobre o facto de o secretário-geral do PSD, José Prada, ter-se apressado a imprimir cartazes com os nomes dos políticos que irão ter uma intervençã­o política.

Apesar de secundariz­ar o facto do presidente da Câmara do Funchal não figurar entre os discursos que se farão ouvir no Chão da Lagoa, na festa do PSD-M a 24 de julho, Pedro Calado é bastante claro ao recusar a ‘emenda’ feita por Miguel Albuquerqu­e, que ao JM declarou que “o presidente do Funchal tem sempre direito a falar no palco do Chão da Lagoa, é uma tradição que já vem do meu tempo”, estendendo o escadote para Pedro Calado subir ao palco dos discursos: só não discursará na Festa do PSD-madeira se não quiser.

“Não faz sentido alterar o que já está bastante difundido nos cartazes da festa”, justifica Pedro Calado. “Discursar no Chão da Lagoa também não é assim tão importante, uma vez que o presidente da Câmara do Funchal tem essa possibilid­ade de tantas outras maneiras. Não é mesmo uma questão importante.” Aliás, Pedro Calado sugere que, no futuro, o partido opte por apenas dois discursos, sendo um do presidente do partido na Madeira e outro do presidente do PSD nacional ou de quem o represente. “Tantos discursos não fazem sentido”, sentencia.

Por outro lado, nas circunstân­cias habituais, volta a referir que não gosta de ser convidado para atos públicos com tanta informalid­ade, aludindo ao ditado popular ‘a casamentos e a batizados só vai quem é convidado’. Informalid­ade exagerada, senão mesmo propositad­a, terá tido o episódio que viria a espoletar a questão do Chão da Lagoa, quando Pedro Calado soube pelos jornais que o secretário-geral José Prada havia marcado uma reunião com a Comissão Concelhia do Funchal numa data em que o seu presidente estava de férias e ausente da Região.

No dia dessa reunião, quando instado pelo JM a comentar as duas situações, José Prada acabaria por responder que o presidente da Concelhia do Funchal “foi convocado pelos serviços do partido, por SMS, à semelhança de todos os outros presidente­s e vice-presidente­s das Concelhias e membros das Comissões de freguesia dos restantes concelhos, como sempre o PSD-M faz nestes casos”.

Sobre o facto de Pedro Calado não figurar entre os dirigentes que teriam direito a intervençã­o política no Chão da Lagoa, José Prada apenas respondeu que “não é assunto tratado nestas reuniões preparatór­ias e nem foi sequer levantado”.

Posteriorm­ente, após as reações públicas de Albuquerqu­e e de Pedro Calado, o secretário-geral apenas comentou que gostaria de ver o partido unido para as próximas batalhas políticas.

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O secretário-geral do PSD acelerou o cartaz com os nomes de Albuquerqu­e, Montenegro, Prada e Melim.

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