Jornal Madeira

Só a maioria aprovou contas do pico da covid

- Por David Spranger davidspran­ger@jm-madeira.pt

A Conta da Região Autónoma da Madeira relativa a 2020, que esteve ontem em debate no plenário madeirense, foi aprovada apenas com os votos favoráveis da maioria PSD/ CDS, reflexo das leituras antagónica­s do documento, que de resto refletem a dicotomia que marcou a discussão. Assim, as bancadas do PS e do JPP votaram contra, tal como sucedeu com o deputado único do PCP.

Numa leitura de ‘meio copo cheio ou meio copo vazio’, sendo um ano deveras atípico, marcado pelo pico da pandemia, Rogério Gouveia, que esteve acompanhad­o de Jorge Carvalho, relevou os 49% de execução do PIDDAR como bom, enquanto o mesmo percentual foi tido pela oposição como muito fraco, com dúbias interpreta­ções das prioridade­s.

No fecho de 2020, “a dívida global da Madeira atingiu 5.591 milhões de euros em dezembro de 2020, mais 468 milhões do que no ano anterior”, explanou o secretário regional das Finanças, especifica­ndo que “o Governo Regional foi obrigado a contrair um empréstimo de 458 milhões de euros, destinado a financiar um conjunto de mais de 300 medidas, das quais 155 foram para o apoio direto às famílias e às empresas”, recuperand­o que esta operação não contou com o aval ou solidaried­ade de Lisboa

“Se ao valor de 5.591 ME excluirmos este empréstimo e o valor da prestação do empréstimo do PAEF, que foi objeto de moratória em 2020, o valor da dívida global da Administra­ção Pública Regional passa a 5.102 ME”, frisou o secretário regional das Finanças.

Na execução orçamental, “as receitas fiscais decrescera­m 10,8%, representa­ndo menos 104 ME face aos valores cobrados em 2019, e as receitas efetivas decrescera­m 138,3 ME, ao passo que a despesa registou um decréscimo de 170 ME (9,6%)”, na interseção da diminuição dos encargos com as PPP e dos encargos com juros e das medidas de contenção de despesa ‘não covid’.

Rogério Gouveia exaltou ainda o facto de o Tribunal de Contas realçar o “rigor técnico e a transparên­cia no processo de orçamentaç­ão e contabiliz­ação”, com uma aprovação “globalment­e positiva”, referencia­ndo que, em contraste com a governação PSD/CDS na Região, foram formuladas 51 novas recomendaç­ões ao Governo da República, do PS.

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