Concorrência latina obriga a manter banana de excelência
O presidente do Governo Regional visitou ontem o Centro de Banana da Madeira, localizado no Lugar de Baixo, na Ponta do Sol. O novo centro tem um núcleo museológico, mas também departamentos de investigação e de qualidade e de apoio ao produtor e formação. Neste centro onde a ciência e a investigação assumem um foco central, Miguel Albuquerque disse que aliar a ciência ao modo de produção é essencial para o sucesso deste setor, pois melhora o “sabor”, o “produto” e a “qualidade” da banana; fatores que considera competitivos perante a concorrência da banana proveniente da América do Sul produzida sob uma "desregulação total”.
Face à concorrência latino-americana, o chefe do Governo defendeu que a banana europeia, incluindo a da Madeira, “só tem hipótese de singrar no mercado europeu se, por um lado, a sua qualidade for superior, diferente da banana chiquita, e se tiver, por outro lado, a salvaguarda e o ‘background’ de um trabalho que é feito pelas Regiões Ultraperiféricas e pelos produtores de banana destas regiões”, onde Espanha, França e Portugal assumem um papel decisivo na defesa do fruto.
Considerando que a banana “é um produto único que faz parte da identidade da Madeira”, Miguel Albuquerque advertiu que nesta matéria não podem ser cometidas “ilusões”.
“Se nós cometermos qualquer erro – baixa qualidade -, se tentarmos que a nossa banana não se diferencie daquela que é importada maciçamente da América do Sul, a banana acaba por desaparecer, porque baixa o seu custo, não tem sabor, não tem singularidade, não tem cor, não tem cheiro e, portanto, fica igual à outra”.
Refira-se que os europeus consomem sete milhões de toneladas de banana por ano, mas as regiões europeias produzem apenas 700 mil toneladas, das quais 20 mil toneladas são da Madeira. As restantes são importadas. Por seu turno, Jorge Dias, presidente da GESBA, destacou que o novo Centro de Banana da Madeira está disperso por 15 mil metros quadrados e custou 3,5 milhões de euros.