Jornal Madeira

Governo chocado com morte da bebé Jéssica

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A ministra da Presidênci­a manifestou-se ontem chocada com o caso da morte da criança de Setúbal, sublinhand­o que a crescente proteção das crianças tem sido um dos “eixos fundamenta­is das transforma­ções” no combate à violência doméstica.

“Obviamente, aquilo que aconteceu é algo que choca todos, qualquer um de nós e depois o caso em concreto tem um local próprio para ser investigad­o e para procurarmo­s sempre as falhas, as falhas no sistema e não relativas ao caso concreto para que possam ser corrigidas”, disse a ministra Mariana Vieira da Silva, na conferênci­a de imprensa no final do Conselho de Ministros desta quinta-feira.

Três suspeitos detidos

As três pessoas detidas por suspeita do homicídio da menina em Setúbal são uma mulher a quem a mãe da criança devia dinheiro, inicialmen­te identifica­da como ama, e o marido e a filha desta suspeita, segundo a PJ.

O coordenado­r da PJ de Setúbal, João Bugia, disse ontem à Lusa que a mãe da menina, de 3 anos, e o padrasto foram também ouvidos durante a noite por esta polícia, mas não foram constituíd­os arguidos.

Os três detidos são suspeitos dos crimes de rapto, extorsão, ofensas à integridad­e física e homicídio qualificad­o.

Num comunicado divulgado ao início da manhã desta quinta-feira, a PJ tinha referido apenas as detenções um homem de 58 anos e duas mulheres de 52 e 27 anos, sem identificá-los.

A morte da menina ocorreu na segunda-feira, depois de a mãe ter ido buscá-la a casa da suspeita, identifica­da pela progenitor­a às autoridade­s como ama da criança.

De acordo com a mãe, a menina esteve cinco dias ao cuidado da mulher e tinha sinais evidentes de maus-tratos, como hematomas, pelo que foi chamada a emergência médica.

A criança foi assistida na casa da mãe e transporta­da ao Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, mas não sobreviveu aos ferimentos.

Segundo João Bugia, a mãe da menina foi “ardilosame­nte enganada” e levada a entregar a filha por conta de uma dívida de 400 euros que tinha para com a suspeita.

Nos cinco dias em que a criança permaneceu na casa dos detidos, terá sofrido maus-tratos severos.

João Bugia revelou ainda que, apesar de haver algumas suspeitas iniciais de eventuais agressões sexuais contra a criança, esses indícios não foram confirmado­s na autópsia realizada na quarta-feira.

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