Papa manda publicar arquivos sobre Holocausto
Documentos estarão virtualmente “acessíveis a todos” no próprio portal do Vaticano a partir deste mês, avançou a Santa Sé.
O Papa Francisco ordenou a publicação na internet de milhares de arquivos sobre a perseguição dos judeus no Holocausto, durante o pontificado de Pio XII (1939-1958), tradicionalmente acusado de ter sido fraco face aos crimes.
Os documentos estarão virtualmente “acessíveis a todos” no próprio portal do Vaticano a partir deste mês, avançou a Santa Sé, e incluem os pedidos de ajuda enviados por judeus de “toda a Europa” a Pio XII.
Em março de 2020, Francisco decidiu dar a académicos acesso aos arquivos do pontificado de Pio XII, parte do qual decorreu durante a II Guerra
Mundial (1939-1945), mas agora passa a ser permitido o estudo de 170 volumes e quase 40.000 documentos a qualquer utilizador da internet.
No entanto, inicialmente apenas 70% do material será publicado, já que o resto ainda não está digitalizado.
O material, que inclui cartas, requerimentos e dados com o nome e a identidade dos remetentes, “vai permitir aos descendentes daqueles que pediram ajuda procurar, em qualquer lugar do mundo, os vestígios dos seus entes queridos”, explicou o secretário do Vaticano para as Relações com os Estados, Paul Richard Gallagher.
Violência diabólica
O Papa afirmou ontem que na Ucrânia foi desencadeada uma violência que “destrói a vida, uma violência luciferina, diabólica”, num encontro com os participantes da Assembleia Plenária da Reunião das Obras para a Ajuda às Igrejas Orientais (ROACO).
“Por favor, continue a manter diante dos seus olhos o ícone do Bom Samaritano: Vocês o fizeram e eu sei que continuarão a fazê-lo também pelo drama causado pelo conflito de Tigray, que feriu novamente a Etiópia e parte da Eritreia, e sobretudo à amada e martirizada Ucrânia”, disse Francisco no seu discurso.