‘Direita da Madeira’ em coligação pré-eleitoral
Congresso do CDS-M arranca hoje, com Rui Barreto como candidato único, para um mandato até 2025, sendo que 2023 é ano de eleições regionais.
Rui Barreto defende na sua moção global de estratégia um futuro coligado com o PSD.
“Não seria minimamente entendível que dois partidos que governaram juntos em dois dos momentos mais duros do seculo XXI, uma pandemia global e uma crise geopolítica de contornos inimagináveis no início deste ano, se digladiassem daqui a um ano, buscando ganhos esporádicos e abrindo a porta à instabilidade política na Região” e, nesse sentido, “assumo a vontade de procurar chegar a um acordo pré-eleitoral com o PSD, nas eleições regionais de 2023”. Palavras de Rui Barreto, transcritas na sua moção de estratégia global, a única que sobe este fim de semana a apreciação, e votação, no 18.º Congresso do CDS-PP Madeira, tendo como palco o Savoy Palace, que irá reconduzir o atual presidente para o seu segundo mandato consecutivo.
A presença de Miguel Albuquerque, Pedro Calado e Jaime Filipe Ramos, como convidados do PSD no congresso do Cds-madeira, indicia consonância dos sociais democratas, mesmo que Albuquerque tenha já relevado, em diversas ocasiões, que o balanço da coligação parlamentar e governamental será feito apenas mais tarde, com a ressalva, no entanto, que até agora tem corrido dentro das suas expectativas.
Intitulada ‘A Direita da Madeira’, a sua moção mostra, então, claramente, o caminho que Rui Barreto quer ver trilhado pelos centristas madeirenses no futuro imediato, ou seja, de uma nova coligação, mas desta vez pré-eleitoral, com o PSD, partido com o qual em 2019 formou uma aliança que lhe propiciou maioria parlamentar, já com Barreto na liderança, cargo que assumiu em 2018, num mandato que agora termina e que excecionalmente se prolongou por quatro anos, dado que em 2021, por motivos pandémicos, a sessão magna dos centristas madeirenses foi adiada em um ano.
“Entendo que o projeto que iniciámos em 2019, que exigiu consensos e cedências, de parte a parte, e que prosseguimos em 2020, 2021 e 2022, que exigiu um trabalho constante de negociação, algo que obrigou a criar relações de confiança, de parte a parte, deve ter continuidade no quadriénio 2023-27, livre da pandemia, e, esperemos, da guerra, e se, como é evidente, os madeirenses nos renovarem a sua confiança”, conforme releva Rui Barreto.
“Destaco que pretendemos uma coligação que, mais do que nomes ou cargos, discuta um programa sólido para o desenvolvimento integral na Região, com base nas propostas e na experiência dos dois partidos”, refere ainda a moção, onde partilha ideias para o futuro da Região, nas diversas áreas de atividade, sociais e económicas.
O congresso arranca hoje (14h00), com o secretário-geral nacional Morais Soares na abertura, e encerra amanhã, ao início da tarde, com o líder nacional Nuno Melo no fecho. Ainda hoje serão apresentadas seis moções sectoriais e amanhã serão eleitos os órgãos do partido, sabendo-se que Amílcar Figueira será o secretário-geral, Gonçalo Pimenta terá a coordenação autárquica e João Casanova de Almeida irá tutelar o gabinete de estudos do partido.