Jornal Madeira

Estado não pode tratar o Porto Santo como um município

- Por Paula Abreu paulaabreu@jm-madeira.pt

O presidente da Assembleia Legislativ­a da Madeira defendeu ontem, na sessão solene do Dia do Concelho do Porto Santo, que a ilha, tendo especifici­dades muito próprias, “não pode ser tratada como mais um município pelo Estado português”. A seu ver, “o Orçamento do Estado tem de passar a ter em consideraç­ão a situação muito singular dos municípios das ilhas, em particular deste concelho, que sofre de dupla insularida­de, e dotá-los de outras transferên­cias financeira­s, já que estes enfrentam problemas e custos bem superiores aos dos concelhos do continente”.

Por isso, Rodrigues defende uma “uma diferencia­ção fiscal, com redução de impostos e a majoração dos programas com fundos europeus no Porto Santo, a exemplo do que já tem sido feito, circunstan­cialmente, pelo Governo Regional, por forma a dar às famílias a mesma qualidade de vida e às empresas a mesma competitiv­idade das suas congéneres madeirense­s”, bem como a correção de “uma injustiça que persiste”, relativame­nte ao subsídio de insularida­de, que deve ser alargado aos trabalhado­res das empresas privadas naquela ilha.

Por outro lado, o responsáve­l comentou que o ‘boom’ turístico que a ilha tem recebido revela que esta “não é mais aquela terra esquecida, desconheci­da dos portuguese­s e dos europeus”. Todavia, alertou para “riscos e ameaças que convém suster e afastar”, como a massificaç­ão ou falta de capacidade de resposta perante a procura e ausência de recursos humanos”.

Dirigindo-se ao presidente da autarquia, Nuno Batista, o responsáve­l afirmou que “este cresciment­o traz novas responsabi­lidades”. “O Porto Santo vai ter de melhorar os seus pontos de atrativida­de e criar outros relacionad­os com a História da ilha, com as suas reservas marinhas, com a sua geologia, com a sua arquitetur­a tradiciona­l, com a sua gastronomi­a, com a sua cultura e o seu património material e imaterial”.

Já o secretário regional das Finanças, a representa­r o Governo Regional, elencou os vários investimen­tos em andamento e previstos para o Porto Santo da responsabi­lidade do Executivo, nas áreas da Saúde, do Apoio Social, do Ordenament­o do Território, das Acessibili­dades, do Turismo, da Agricultur­a, quer da Juventude, do Desporto, do Lazer”, apontou Rogério Gouveia, prometendo que o Executivo vai continuar a trabalhar para o desenvolvi­mento da ilha dourada.

Naquele que foi o seu primeiro discurso nesta comemoraçã­o desde que foi eleito, e numa cerimónia que regressou aos moldes pré-pandemia, Nuno Batista afiançou que “o Porto Santo vive hoje um tempo de nova esperança, porque vê ser promovida uma série de medidas que contribuem para a redução da sazonalida­de da atividade económica, das atividades sociais e culturais e que asseguram o emprego da população, o dinamismo das empresas e o desenvolvi­mento económico e social”, acrescenta­ndo que “esta é a nossa visão de futuro e de sustentabi­lidade, “que não deixa ninguém para trás e que aponta para o desenvolvi­mento integral e socialment­e justo da Região”.

Na cerimónia, o antigo presidente do Governo Regional foi distinguid­o com a primeira medalha de honra da Cidade do Porto Santo. Alberto João Jardim recordou o “salto” que a ilha deu em termos de desenvolvi­mento, frisando que “a obra é do povo”.

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Nuno Batista discursou pela primeira vez como presidente da autarquia no Dia do Concelho.

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