Jornal Madeira

Aborto e armas ‘mexem’ com os ânimos nos EUA

- Por Carla Sousa carlasousa@jm-madeira.pt

Ontem foi um dia de duros golpes na sociedade norte-americana. O Supremo Tribunal dos EUA anulou a proteção do direito ao aborto em vigor no país desde 1973, numa decisão classifica­da como histórica que permitirá a cada Estado decidir se mantém ou proíbe tal direito. Um facto que dividiu opiniões e que promete dar ainda muito que falar.

O ex-presidente Barack Obama acusou o Supremo Tribunal de,, com esta decisão, "atacar as liberdades fundamenta­is de milhões de mulheres americanas". No entanto, em apoio à tomada de posição do Supremo Tribunal, o ex-vice-presidente republican­o Mike Pence congratulo­u-se por esta instituiçã­o ter "atirado para o caixote do lixo" a lei do aborto.

Por sua vez, a presidente da Câmara dos Representa­ntes, a democrata Nancy Pelosi, classifico­u como “um insulto e uma bofetada” para as mulheres a decisão do Supremo Tribunal de Justiça de revogar a proteção do direito ao aborto. Já o líder republican­o do Senado considerou que a decisão foi “valente e corajosa”, constituin­do uma “vitória histórica” para a Constituiç­ão e as pessoas “mais vulnerávei­s” do país.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que esta decisão constitui um “erro trágico” e é resultado de uma “ideologia extremista”.

Ceder ou não ceder

O procurador-geral do Missouri anunciou que este estado conservado­r dos Estados Unidos se tornou o "primeiro" a proibir interrupçõ­es voluntária­s da gravidez, na sequência da decisão do Supremo Tribunal. Ao invés, as autoridade­s do Estado e a cidade de Nova Iorque recordaram aos norte-americanos que existem "abortos legais e seguros" nesta parte do país.

Com esta deliberaçã­o que está longe de reunir consenso, centenas de pessoas concentrar­am-se ontem frente à sede do Supremo Tribunal dos Estados Unidos, em Washington, muitos para protestar e lembrar que este é um direito de cada um, e outros a celebrar a decisão da principal instância judicial do país, com cantos e danças. De acordo com as agências internacio­nais, embora em lados opostos da barricada, não houve sinais de tensão entre os dois grupos.

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