“As portas têm de estar sempre abertas para as grávidas”
A Madeira não tem falta de profissionais no Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do SESARAM, como afiançaram ontem o diretor regional da Saúde e o diretor do serviço, Herberto Jesus e Luís Miguel Farinha, respetivamente. São cerca de uma centena de profissionais ligados à área em questão.
Na sessão de abertura do curso de atualização em Obstetrícia, com mais de 50 médicos de medicina familiar e geral e enfermeiras de Saúde Materna, o diretor regional da Saúde enalteceu a importância deste tipo de formações para a qualidade do SESARAM, ainda mais numa área que tem de ser cada vez mais “acarinhada”. Herberto Jesus comentou o que se está a passar a nível nacional, com fecho de serviços de obstetrícia por falta de médicos e asseverou que “as portas do hospital têm de estar sempre abertas para as grávidas”.
O responsável teme que “Portugal esteja a caminho da extinção”, caso não mude as políticas de apoio à natalidade, principalmente no que toca à prestação dos cuidados de saúde à natalidade”. Na Madeira, esse problema não se coloca, assegurou. “Temos de olhar para a natalidade com outros olhos. Temos de ter cuidado. Não podemos correr riscos na natalidade. Não podemos ter critérios de má qualidade na prestação de cuidados às grávidas”, sublinhou Herberto Jesus, reforçando que “as portas têm de estar sempre abertas para as grávidas, não podemos limitar esta atuação”. Nesse sentido, o foco da Saúde regional é “promover uma boa natalidade, para um envelhecimento excelente”.
Já o diretor do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do SESARAM realçou a importância deste tipo de formação, desta feita destinada a médicos internos e especialistas de medicina geral e familiar e a enfermeiras de saúde materna, para atualizar e aprofundar conhecimentos na área de obstetrícia.
“É uma sintonia entre os cuidados de saúde primários e o Serviço de Ginecologia e Obstetrícia”, afirmou Luís Miguel Farinha, assegurando que “estamos disponíveis e sensíveis às necessidades que os cuidados de saúde primários têm no apoio à população. É o que eu considero o nosso apoio à sociedade”. Adiantou ainda que em outubro e em novembro, serão dinamizadas novas formações.
Por outro lado, o médico fez questão de recordar a forma positiva com que o serviço de Obstetrícia funcionou durante a pandemia. “Foi um esforço coletivo. Estivemos disponíveis durante a pandemia e demos uma resposta eficaz”.