Despedida da Cidade do Cabo com homenagem marcante
O representante do Governo Regional terminou a primeira etapa da visita à África do Sul em Constantia. Visitou uma empresa com sangue madeirense em Paarl e despediu-se na Academia do Bacalhau, a segunda mais antiga.
Foi uma surpresa proporcionada pelo JM: António Martins, que perfaz 102 anos no próximo mês de novembro, que impulsionou o primeiro grupo de folclore da Camacha (e da Madeira) de onde viria a nascer o atual Grupo Folclórico da Casa do Povo da Camacha, recebeu esta segunda-feira um exemplar do livro ‘Sete Décadas de História’, da autoria de Duarte Mendonça.
O livro que historia as sete décadas do Grupo Folclórico da Camacha foi lançado em maio, na Madeira. Ontem, o secretário regional Pedro Ramos, que está na África do Sul para as comemorações do Dia da Madeira, deslocou-se a Constantia, nos arredores da Cidade do Cabo, para entregar pessoalmente o livro compilado pelo investigador Duarte Mendonça. António Martins, um pouco debilitado por uma pneumonia, mas ainda na plenitude das suas capacidades intelectuais, agradeceu o gesto e recordou, com detalhes impressionantes, os tempos em que deixou de ser um flautista do grupo de Carlos Santos para organizar um grupo de rapazes e raparigas da Camacha para a primeira deslocação a Espanha. “Tive de fazer um reunião com o senhor padre, para ter autorização para as raparigas virem connosco”, recorda António Martins, que posteriormente se desligou do Grupo com a vinda para a África do Sul.
ACS a embelezar garrafas
Antes, o secretário regional da Saúde fizera durante a manhã uma incursão ao sofisticado mundo do fornecimento de garrafas com rolhas, cápsulas e rótulos para uma lista de países que engloba Portugal, Espanha, Itália, França e até a Ucrânia, entre outros, incluindo obviamente a poderosa indústria vinícola Sul-africana.
O empresário António Gouveia, 48 anos, gere a Acs-african Cellar Supliers. Herdou o nome do pai, natural do concelho de Santa Cruz, e também as excelentes relações comerciais com o Grupo Amorim, em Portugal.
Em Paarl, nos arredores da Cidade do Cabo, a ACS prospera com base na visão e empreendedorismo de António Gouveia. A empresa especializou-se na concepção, comercialização e fornecimento de garrafas, rolhas, cápsulas e rótulos para empresas em vários países.
Com um extremo cuidado no controlo de qualidade, António Gouveia lidera uma equipa com seis dezenas de colaboradores que dão conta da enorme responsabilidade de assegurar que mais de 20 milhões de garrafas chegam a tempo e horas, e nas exatas condições acordadas com os seus clientes na África do Sul, mas também numa lista de países que vai de Portugal à Ucrânia.
Uma equipa de design gráfico responde e inova na forma como produtores e distribuidores de bebidas - sobretudo vinhos, mas também espumantes e outras bebidas - tentam responder à procura do mercado.
Com instalações em constante melhoria em Paarl, a ACS está atualmente a alargar a zona de eventos e zona social dos funcionários, para além dos locais de armazenamento e stocks, num investimento global acima dos sete milhões de euros.
Academia, 4 anos depois
Pela primeira vez na história da segunda Academia do Bacalhau da Africa do Sul, presidida por Rui Santos na Cidade do Cabo, o encontro habitual dos ‘compadres’ foi deslocado para uma segundafeira. Motivo: o regresso de Pedro Ramos à tertúlia, quatro anos depois de ter marcado presença na Gala dos 50 anos da instituição na Cidade do Cabo.
O inusitado repasto teve lugar na Associação Portuguesa, cujo presidente Luis Andrade fez um elogio a Pedro Ramos e ao Governo Regional por a Madeira nunca ter paralisado, apesar da pandemia.
Jorge Teixeira de Sampayo, consul-geral na Cidade do Cabo, usou da palavra para salientar o trabalho meritório da Academia em prol dos mais carenciados da comunidade. Finalmente, o secretário regional Pedro Ramos aproveitou a oportunidade para agradecer as sucessivas manifestações de carinho e de bom acolhimento de que tem sido alvo, transmitindo também o agradecimento do presidente Miguel Albuquerque a toda a Diáspora madeirense pela forma como representam e defendem a Região Autónoma. Neste particular, o governante salientou a chamada recente de Luis Andrade para o grupo de conselheiros, cujo contributo já começou a ser visível.
Socióloga