Jornal Madeira

“Portuguese­s não gostam de coisas absurdas”

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O dirigente socialista Augusto Santos Silva considerou que se vive hoje “um daqueles períodos absurdos” em que a direita reclama, ao mesmo tempo, menos receita e mais despesa ao Estado, avisando que os portuguese­s “não gostam de coisas absurdas”.

O também presidente da Assembleia da República falava no lançamento do livro ‘Meio Século do Poder Local: As Marcas do Partido Socialista’, na qualidade de presidente do conselho coordenado­r do Fórum Mário Soares, que decorreu, ontem, em Lisboa.

“Quem está no parlamento vê isso todos os dias: nós temos propostas à nossa esquerda e à nossa direita – é mais absurdo quando vem da direita – para reduzir as receitas do Estado, baixando um imposto aqui, retirando uma receita acolá, e ao mesmo tempo propostas para aumentar a despesa. Ora isso é impossível”, considerou.

Apesar de o seu discurso ter sido dirigido ao poder local, com Santos Silva a defender um caminho “seguro, prudente, consolidad­o” na vertente da descentral­ização de competênci­as e do seu financiame­nto, o antigo ministro socialista deixou um aviso mais geral.

“A minha impressão como cidadão e a minha opinião técnica como sociólogo é que, mais uma vez, a direita vai perceber que os portuguese­s não gostam de coisas absurdas, gostam de lógica, e que sabem muito bem que, quem ao mesmo tempo propõe reduzir receita e aumentar despesa, não merece confiança”, afirmou.

Na sua intervençã­o, Augusto Santos Silva procurou explicar as grandes conclusões do livro, pedido pelo PS mas desenvolvi­do por uma equipa do ISCTE, no qual identifico­u apenas quatro partidos com implementa­ção no território a nível autárquico – PS, PSD, PCP e CDS –, mas com vantagem para os socialista­s.

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