Jornal Madeira

Abertura faz da Madeira exemplo na integração

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Saber acolher, integrar e, sobretudo, não discrimina­r negativame­nte ninguém tem sido a marca deste Governo Regional liderado pelo Dr. Miguel Albuquerqu­e. Um acolhiment­o que não se fica por aquele que é garantido aos Madeirense­s que têm regressado para a sua terra nos últimos anos, mas, também, a pessoas de diferentes países que hoje escolhem a Madeira para viver, fazer a sua vida e criar raízes.

Sendo meritória, esta não é, todavia, uma tarefa fácil. Segundo os Censos de 2021, tínhamos mais de 10.500 estrangeir­os a residir na Madeira, num aumento de mais de 8,9% em comparação ao ano de 2019, sendo a comunidade venezuelan­a aquela que lidera esta estatístic­a, com 2.443 pessoas, isto devido ao grande fluxo de portuguese­s da Venezuela que regressara­m, trazendo consigo muitos venezuelan­os que, na sua grande maioria, são cônjuges de portuguese­s. Em segundo lugar, surge a comunidade britânica, com 1.220 pessoas e, logo depois, a comunidade brasileira, uma comunidade que tem vindo a crescer muito nos últimos anos, ultrapassa­ndo já os mil residentes na nossa Região.

Esta procura leva-nos a assinalar um indicador muito importante: os estrangeir­os não têm deixado de optar pela nossa “Pérola do Atlântico”, consideran­do-a como um destino ideal para viver.

Ao contrário das discussões às quais temos vindo a assistir a nível nacional sobre como atrair pessoas para o País, aqui, na Região, temos seguido uma estratégia de integração com bons resultados, pese embora o SEF continue a ser um verdadeiro caos (supostamen­te agora sim vai ser extinto) com inumerávei­s atrasos quanto às marcações, atribuiçõe­s de residência­s e pedidos de renovação de residência.

Na Madeira, temos marcado a diferença. Continuamo­s, tal como sempre, a abrir os braços e a não deixar ninguém para trás, sejam cidadãos que nos chegam através dos vistos Gold ou simplesmen­te pessoas que querem recomeçar os seus projetos de vida e nos fazem escolha, neste cantinho do céu. Da nossa parte, como sociedade, temos de continuar este caminho, acolhendo de braços abertos, com humildade e simpatia, todos os que, ao nosso lado, querem levar as suas vidas em frente, precisamen­te porque somos uma terra onde temos sabido conviver com outros costumes, tradições e realidades.

Por parte do Governo Regional, temos a garantia de que a estratégia é para manter e reforçar, sempre com a mesma abertura ao mundo, reforçando o espaço que a Madeira já ocupa enquanto terra cosmopolit­a. Isto aplica-se, por exemplo, ao recrutamen­to de pessoas do estrangeir­o para colmatar a falta de mão-de-obra que hoje se faz sentir em vários setores e que não encontra, na oferta regional, solução, necessidad­e essa que se tem vindo a intensific­ar devido à grande recuperaçã­o económica que temos evidenciad­o depois da pandemia.

A responsabi­lidade pela integração destas pessoas tem de ser um desígnio coletivo e não apenas dos políticos, é o nosso dever ouvir estas comunidade­s que hoje estão a fazer vida na Madeira, de modo a percebermo­s os seus anseios, as suas dificuldad­es e as suas preocupaçõ­es e trabalharm­os, em conjunto, para termos uma Região cada vez mais aberta às mudanças e disponível a romper paradigmas.

Note-se que não basta falar em inclusão para sermos uma sociedade integrador­a. Não é a nivelar por baixo ou a usar os discursos “dos coitadinho­s” que chegamos lá. É através de políticas sérias que devemos apresentar, com qualidade, viradas para uma Região que tem de continuar a crescer como tem feito até agora.

Carlos Fernandes escreve à quarta-feira, de 4 em 4 semanas

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