Madeira passa ao lado da queda do Credit Suisse
A Região não tinha aplicações no banco suíço. Já o Estado, através da Segurança Social, perdeu perto de 2,7 milhões de euros.
As finanças públicas da Madeira não foram afetadas pelo colapso do banco Credit Suisse, segundo confirmou ao JM o gabinete de comunicação da Secretaria Regional de Finanças.
Nenhuma das operações de financiamento em curso, efetuadas pelo Governo Regional, foram realizadas com a unidade bancária suíça, entretanto já vendida à rival UBS por três mil milhões de euros.
Ao invés, o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social nacional perdeu cerca de 2,7 milhões de euros das aplicações que tinha no Credit Suisse. Uma notícia que contraria as declarações da ministra do
Trabalho, que ainda recentemente havia afirmado que o fundo de reserva de pensões da Segurança Social no banco tinha uma exposição “mínima ou ínfima”, como consequência de uma “grande capacidade de diversificação das próprias aplicações” de forma a salvaguardar a “dependência excessiva do mercado”.
Todavia, conforme avançou ontem o Jornal de Negócios, as perdas no Credit Suisse atingiram um valor elevado, que representam 96% do montante investido por um Fundo de Estabilização Financeiro que tem o objetivo primordial de garantir o pagamento de pensões até dois anos. Mas, no primeiro semestre de 2022, só existiam provisões capazes de assegurar a retribuição por ano e meio.
Refira-se, no entanto, que já no que toca aos riscos da carteira de empréstimos contraída pela RAM, como publicou recentemente o JM, englobam “cláusulas contratuais ‘standard’ nos contratos de financiamento internacionais” que garantirão, na ótica do Governo Regional, quase “os mesmos direitos e prioridade o recebimento a todos os credores”.
A resposta do Governo Regional surgiu no âmbito de uma reportagem do Jornal sobre as dívidas das sociedades de desenvolvimento e da Madeira Parques, que obrigaram também a Região a realizar contratos de financiamento. Operações que o Executivo considera ser vantajosas, como expressa o facto de não ter pago “quaisquer juros até 2022”.