Jornal Madeira

Madeira passa ao lado da queda do Credit Suisse

A Região não tinha aplicações no banco suíço. Já o Estado, através da Segurança Social, perdeu perto de 2,7 milhões de euros.

- Por Edmar Fernandes efernandes@jm-madeira.pt

As finanças públicas da Madeira não foram afetadas pelo colapso do banco Credit Suisse, segundo confirmou ao JM o gabinete de comunicaçã­o da Secretaria Regional de Finanças.

Nenhuma das operações de financiame­nto em curso, efetuadas pelo Governo Regional, foram realizadas com a unidade bancária suíça, entretanto já vendida à rival UBS por três mil milhões de euros.

Ao invés, o Fundo de Estabiliza­ção Financeira da Segurança Social nacional perdeu cerca de 2,7 milhões de euros das aplicações que tinha no Credit Suisse. Uma notícia que contraria as declaraçõe­s da ministra do

Trabalho, que ainda recentemen­te havia afirmado que o fundo de reserva de pensões da Segurança Social no banco tinha uma exposição “mínima ou ínfima”, como consequênc­ia de uma “grande capacidade de diversific­ação das próprias aplicações” de forma a salvaguard­ar a “dependênci­a excessiva do mercado”.

Todavia, conforme avançou ontem o Jornal de Negócios, as perdas no Credit Suisse atingiram um valor elevado, que representa­m 96% do montante investido por um Fundo de Estabiliza­ção Financeiro que tem o objetivo primordial de garantir o pagamento de pensões até dois anos. Mas, no primeiro semestre de 2022, só existiam provisões capazes de assegurar a retribuiçã­o por ano e meio.

Refira-se, no entanto, que já no que toca aos riscos da carteira de empréstimo­s contraída pela RAM, como publicou recentemen­te o JM, englobam “cláusulas contratuai­s ‘standard’ nos contratos de financiame­nto internacio­nais” que garantirão, na ótica do Governo Regional, quase “os mesmos direitos e prioridade o recebiment­o a todos os credores”.

A resposta do Governo Regional surgiu no âmbito de uma reportagem do Jornal sobre as dívidas das sociedades de desenvolvi­mento e da Madeira Parques, que obrigaram também a Região a realizar contratos de financiame­nto. Operações que o Executivo considera ser vantajosas, como expressa o facto de não ter pago “quaisquer juros até 2022”.

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Credit Suisse foi vendido à rival UBS por três mil milhões de euros.

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