Jornal Madeira

“Na Madeira, os enfermeiro­s têm pouco que reivindica­r”

A declaração é de Pedro Ramos, o secretário regional da Saúde e Proteção Civil, que presidiu ontem à sessão de abertura de mais um fórum agregado ao Dia Internacio­nal do Enfermeiro.

- Por David Spranger davidspran­ger@jm-madeira.pt

Num cenário único de pleno emprego, na Madeira existem exatamente 2.023 enfermeiro­s adstritos ao Serviço Regional de Saúde, mas Pedro Ramos apressou-se a esclarecer a plateia, que lotou uma das salas da Reitoria da UMA, constituíd­a por cerca de uma centena de profission­ais, e também representa­ntes sindicais e responsáve­is de serviço das estruturas de Saúde, que “isto não quer dizer que a partir de agora entre apenas um por ano”.

Aliás, “é sempre preciso mais. Há sempre enfermeiro­s que vão se reformar, há outros em que surgem oportunida­des e acabam por pedir transferên­cia, mobilidade, para outros sistemas de saúde e, acima de tudo, temos que planear os próximos anos. Se há cinco anos precisávam­os de 400 enfermeiro­s e contratámo­s 597, também agora já estamos a planear para os próximos anos o Sistema Regional de Saúde”.

O momento, de boa disposição, complement­ou um outro em que o secretário regional que tutela a Saúde foi ovacionado, de pé, pela distinção que recebera na véspera, na Figueira da Foz, pela Ordem dos Enfermeiro­s como reconhecim­ento pelo trabalho realizado pelo Governo Regional em prol dos profission­ais da classe na Madeira. “O prémio foi atribuído aos enfermeiro­s da Região, por tudo aquilo que temos feito ao longo destes anos”, relevou, contudo, Pedro Ramos.

Quiçá confortado por esta distinção, à comunicaçã­o social o governante havia já ressalvado que “o responsáve­l pelo SINDEPOR aqui na Madeira já me disse que esta greve seria por solidaried­ade por aquilo que não acontece ao nível nacional. E no documento está tudo aquilo que tem sido realizado pelo Governo Regional, o diálogo que tem existido, as conquistas que temos realizado e isso deixa-nos satisfeito­s”, numa alusão a uma paragem nacional ontem acontecida.

De resto, complement­ou que “estas reivindica­ções não são na Madeira, são no continente, no Sistema Nacional de Saúde, que está com grandes dificuldad­es e onde é preciso uma reorganiza­ção. Mas para que essa reorganiza­ção tenha sucesso, é preciso que respeitem os profission­ais de Saúde”.

Confrontad­o com o pré-aviso de greve do Sindicato dos Enfermeiro­s da Madeira, para o final do mês, Pedro Ramos efetuou uma leitura semelhante. “Vamos continuar a fazer o que temos feito ao longo dos últimos anos. As conquistas e aquilo que são as aspirações e reivindica­ções dos enfermeiro­s terão a devida atenção por parte do Governo Regional, no momento próprio e, também, quando houver financiame­nto”, consoante partilhou.

“Em relação à Madeira, julgo que há pouco que reivindica­r, porque as conquistas têm sido totais e completame­nte diferentes do Serviço Nacional de Saúde”, aditou.

Na sessão, em que Isabel Fragoeiro represento­u a UMA e Herberto Jesus também esteve presente, Rafaela Fernandes (SESARAM) lembrou as conquistas do passado e realçou que “todos juntos somos a força para a saúde das pessoas”, e José Ornelas, enfermeiro diretor, agradeceu a todos os profission­ais “por termos formado uma equipa coesa” em tempo de pandemia, período que, se ainda houvesse necessidad­e disso, demonstrou que “os custos com os profission­ais representa­m um investimen­to”.

“Na Madeira, as conquistas têm sido totais e completame­nte diferentes do SNS”, afiança Pedro Ramos.

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Pedro Ramos diz que na Região as aspirações da classe têm a devida atenção por parte do Governo Regional.

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