Jornal Madeira

Tecnologia deixa Albuquerqu­e otimista

Nem os alertas deixados por especialis­tas em IA demovem Miguel Albuquerqu­e de manter o otimismo em torno dos efeitos positivos da tecnologia no futuro.

- Por Alberto Pita albertopit­a@jm-madeira.pt

O presidente do Governo Regional saiu ontem em defesa dos benefícios da tecnologia e, com base nas novas soluções, traçou um quadro otimista para o futuro.

“A tecnologia é a melhor opção que temos para combater o desperdíci­o, o esgotament­o dos recursos e enfrentarm­os o futuro”, começou por dizer Miguel Albuquerqu­e, no encerramen­to da conferênci­a de apresentaç­ão do Hub Azul, projeto que resultou de uma parceria entre o Governo Regional, a Startup Madeira, a APRAM, a ARDITI, a SDM, o IDE e o Fórum Oceano.

No salão nobre do Governo Regional, Miguel Albuquerqu­e reiterou a aposta nas novas tecnologia­s para o desenvolvi­mento regional, mostrando números que indicam que o valor do setor tecnológic­o já está próximo da faturação do turismo na Madeira.

“Em 2021, as empresas tecnológic­as faturaram na Madeira 521 milhões de euros e a faturação do turismo, em 2022, foi de 528 milhões de euros”, comparou, admitindo que, se for mantida esta linha, “as tecnológic­as vão ultrapassa­r a faturação do turismo”.

Esta solução agrada Albuquerqu­e porque garante “às novas gerações uma oportunida­de de ter bons empregos e bem remunerado­s e, sobretudo, centrados na competitiv­idade, porque uma empresa tecnológic­a sediada no Centro Internacio­nal de Negócios concorre em igualdade de circunstân­cias com qualquer empresa em qualquer sítio do mundo”.

Mas a tecnologia pode ter múltiplos usos e vantagens, na ótica do chefe do Governo, e por isso, outra das apostas decisivas “é, indiscutiv­elmente, a indústria da aquacultur­a”, que nas últimas três décadas tem crescido a “6% ao ano”.

“Temos esta costa, um País descontinu­ado, que tem esta plataforma continenta­l e [Portugal] importa metade do peixe que consome”, lamentou, acrescenta­ndo que, na Madeira, “mesmo com as limitações inerentes”, são vendidos “8,4 milhões de euros de peixe de aquacultur­a, por ano”.

Albuquerqu­e disse também como as soluções tecnológic­as podem ajudar o planeta. “Se nós fôssemos pela agricultur­a biológica, metade da humanidade morreria de fome, porque uma agricultur­a deste género consome muito mais água, esgota muito mais depressa os solos e, portanto, a grande opção é a produção agrícola ser feita através de tecnologia, onde às vezes nem a terra é necessária”.

Falou dos benefícios da computação, nomeadamen­te “a computação quântica que vai produzir uma mudança radical”, mas também da Inteligênc­ia Artificial. "Apesar de toda a gente estar com receio, é outra área que vai ser muito importante”, anteviu, “porque vai permitir ultrapassa­r dificuldad­es como as alterações climáticas, o aqueciment­o global e o tratamento de doenças como o cancro”.

Albuquerqu­e apontou ainda a economia do mar como um campo a apostar, apesar da “conversa fiada” que hoje acontece em Portugal em torno da economia azul, onde “nada acontece”.

Neste campo, a Região tem tido sucesso no shipping do CINM, modalidade que já cresceu “800% e representa 900 navios de grande porte com bandeira portuguesa e 10 mil tripulante­s registados” – assinalou.

Não obstante o otimismo que a tecnologia causa em Albuquerqu­e, o presidente do Governo Regional reconheceu que “há sempre ameaças”. Ainda assim, “é melhor termos a tecnologia e enfrentarm­os os riscos”, insistiu.

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Miguel Albuquerqu­e presidiu ao encerramen­to da conferênci­a de apresentaç­ão do Hub Azul.

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