Jornal Madeira

Pedro Ramos: Atual hospital terá outra utilização

- Por Miguel Silva e Miguel Guarda redacao@jm-madeira.pt

O secretário regional de Saúde e Proteção Civil recorda a Legislatur­a diferente por causa da pandemia e elogia a ação desencadea­da em todas as frentes. Promete nova Convenção até janeiro, vai pagar aos enfermeiro­s e espera mais Unidades de Saúde Familiar. Admite que o hospital Nélio Mendonça terá outra utilização fora da saúde.

Está a terminar o seu segundo mandato como titular da Saúde e da Proteção Civil. De uma forma geral, como avalia estes quatro anos?

Essa análise deve ser feita pela população. Esta Legislatur­a foi diferente porque atravessám­os uma pandemia, algo que não acontecia há mais de uma centena de anos. Uma pandemia que nos condiciono­u, mas em que as medidas da Madeira tiveram um papel muito importante para proteger a população, os profission­ais de Saúde e até a economia. Medidas não farmacológ­icas, como o uso das máscaras [pioneiro em Portugal] e a criação de ‘filtros’ [testagem] nos aeroportos, portos e marinas permitiram, de facto, que a Madeira pudesse ultrapassa­r esta pandemia, se calhar, com mais sucesso do que outras regiões, o que significa que as medidas tiveram resultado.

Apesar desse sucesso, o que é que correu mesmo bem e o que podia ter corrido muito melhor?

O que correu muito bem foi, de facto, a antecipaçã­o na abordagem da pandemia. Quando ela surgiu, em dezembro de 2019, a Secretaria Regional começou a acompanhar as notícias que vinham da província de Wuan. Depois, a partir de janeiro, começámos a acompanhar o desenvolvi­mento dos casos positivos. E fomos a primeira Região do País a apresentar o plano de resposta à Covid-19 (3 de fevereiro).

O que poderia ter corrido melhor é a vacinação. Tivemos uma boa taxa de vacinação na primeira e segunda dose, assim como nos reforços. Mas, depois, já não tivemos o acompanham­ento da nossa população nas percentage­ns que nos habituou.

Houve um desacredit­ar?

Não. Posso vos dizer que fiz as cinco doses e nunca tive Covid-19. Julgo que houve um fartar da nossa população. Mas é preciso ver que as pessoas que continuam a se infetar são aquelas que não conseguira­m proteger o sistema imunológic­o com o número de doses suficiente­s.

O novo hospital, que vamos ter em 2027, vai precisar de recursos humanos mais capacitado­s ao nível das tecnologia­s?

Há uma preparação que já está a acontecer. Temos vários projetos. O novo hospital terá menos camas, mais transforma­ção digital, mais robótica, menos internamen­to, mais hospital de dia. As pessoas vão passar menos tempo nesta instituiçã­o, a não ser que tenham uma situação com alguma gravidade, que obrigue a um internamen­to mais prolongado.

Mas o novo hospital vai ter o quadro totalmente preenchido?

Estamos a trabalhar nesse sentido. Estamos a respeitar todos os grupos profission­ais (médicos, enfermeiro­s, técnicos superiores de saúde, técnicos superiores de diagnóstic­o e terapêutic­a, assistente­s operaciona­is, assistente­s técnicos). Descongelá­mos carreiras. Promovemos progressõe­s. Remunerámo­s muito melhor. Regulariza­mos a avaliação de desempenho, que é um diploma que vamos discutir no próximo dia 24 na Assembleia e onde os pareceres de todos os sindicatos são favoráveis.

Quando o novo hospital entrar em funcioname­nto, o que acontecerá ao hospital dr. Nélio Mendonça e ao hospital dos Marmeleiro­s?

O presidente do Governo está a pensar no que vai ser feito. Naturalmen­te que o

Ouça a entrevista na 88.8 JMFM depois do Jornal da Região das 13h00

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criámos sete equipas que permitem acompanhar melhor o doente. Portanto, desde 2015, são mais de cem milhões de euros de investimen­to na área da saúde mental.

A área que tutela tem estado na frente de combate da oposição política, nomeadamen­te no que toca ao relacionam­ento com privados, à limpeza das listas de espera, falha de medicament­os...

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