Remodelar o Governo “o mais urgente possível”
Miguel Albuquerque defende que é “urgente” António Costa remodelar o Governo e pôr fim à forma “arruaceira” como são tratadas questões de Estado.
O presidente do Governo Regional considera que perante “o espetáculo de degradação” que o país viu nas últimas semanas, em que “parece” que os portugueses estão a assistir a “uma brincadeira de crianças”, o primeiro-ministro António Costa deve avançar para uma remodelação governamental.
Reagindo às declarações de Cavaco Silva, que no sábado acusou o governo de Costa de “desnorte”, “populismo”, “hipocrisia” e “desprezo pelos interesses nacionais”, sugerindo que o primeiro-ministro se demitisse, Miguel Albuquerque mostrou-se ao lado de Cavaco, acusando o governo de tratar “as questões de Estado de forma arruaceira, com pancadarias dentro do Ministério [das Infraestruturas], ultrapassagem dos limites éticos e, sobretudo, com a utilização das instituições do Estado para além do limite que é tolerável”, mas defendeu como primeira solução uma remodelação do governo e não a dissolução da Assembleia ou a demissão do executivo nacional, porque o país teve eleições antecipadas há um ano e Albuquerque não quer ver nova “vitimização” de António Costa.
O presidente sublinha que o país não pode estar em eleições “todos os anos”, mas avança que se se continuar a assistir à degradação das instituições, aí “é fundamental devolver a voz aos cidadãos”.
“O que se está a passar não é a oposição, não são as instituições, não é a questão economia, não é a sociedade civil. São guerras de fações dentro do PS, porque o primeiro-ministro chamou para o governo as fações que estão a disputar o poder no futuro e essas fações estão numa disputa implacável e a utilizar as instituições do Estado para ganharem poder dentro do aparelho do Estado e dentro do PS”, disse.
Albuquerque vê agora uma oportunidade para o primeiro-ministro “intervir” e “pôr ordem no governo”, fazendo uma “remodelação o mais urgente possível” e, desse modo, “passar a mandar no governo”.
“Para este governo, não há verdades. Há narrativas, em que cada um tem a sua verdade. Perante uma comissão de inquérito, o que se assistiu foi a um conjunto de narrativas contraditórias, repletas de omissões, de equívocos e desmentidos deles próprios, que vão continuar a levar a uma degradação das instituições do Estado perante a opinião pública. E isso não é salutar para o regime democrático, nem para os partidos que são credíveis e democráticos”, e leva à emergência dos populismos. “Depois não se queixem”, avisou.
Relativamente à Festa da Cebola, o JM registou relatos de produtores que se queixavam de as condições atmosféricas terem prejudicado o negócio no último ano, mas a Secretaria Regional da Agricultura distribuiu informação pelos jornalistas que indica que, em 2022, a produção de atingiu as 3.932 toneladas, gerando um valor bruto de 4.167.792 euros, ou seja, +6,6% do que o registado no ano anterior. O número de agricultores do setor varia hoje entre 1.100 e 1.150 e a área de plantio de 136 hectares.