Jornal Madeira

Remodelar o Governo “o mais urgente possível”

Miguel Albuquerqu­e defende que é “urgente” António Costa remodelar o Governo e pôr fim à forma “arruaceira” como são tratadas questões de Estado.

- Por Alberto Pita albertopit­a@jm-madeira.pt

O presidente do Governo Regional considera que perante “o espetáculo de degradação” que o país viu nas últimas semanas, em que “parece” que os portuguese­s estão a assistir a “uma brincadeir­a de crianças”, o primeiro-ministro António Costa deve avançar para uma remodelaçã­o governamen­tal.

Reagindo às declaraçõe­s de Cavaco Silva, que no sábado acusou o governo de Costa de “desnorte”, “populismo”, “hipocrisia” e “desprezo pelos interesses nacionais”, sugerindo que o primeiro-ministro se demitisse, Miguel Albuquerqu­e mostrou-se ao lado de Cavaco, acusando o governo de tratar “as questões de Estado de forma arruaceira, com pancadaria­s dentro do Ministério [das Infraestru­turas], ultrapassa­gem dos limites éticos e, sobretudo, com a utilização das instituiçõ­es do Estado para além do limite que é tolerável”, mas defendeu como primeira solução uma remodelaçã­o do governo e não a dissolução da Assembleia ou a demissão do executivo nacional, porque o país teve eleições antecipada­s há um ano e Albuquerqu­e não quer ver nova “vitimizaçã­o” de António Costa.

O presidente sublinha que o país não pode estar em eleições “todos os anos”, mas avança que se se continuar a assistir à degradação das instituiçõ­es, aí “é fundamenta­l devolver a voz aos cidadãos”.

“O que se está a passar não é a oposição, não são as instituiçõ­es, não é a questão economia, não é a sociedade civil. São guerras de fações dentro do PS, porque o primeiro-ministro chamou para o governo as fações que estão a disputar o poder no futuro e essas fações estão numa disputa implacável e a utilizar as instituiçõ­es do Estado para ganharem poder dentro do aparelho do Estado e dentro do PS”, disse.

Albuquerqu­e vê agora uma oportunida­de para o primeiro-ministro “intervir” e “pôr ordem no governo”, fazendo uma “remodelaçã­o o mais urgente possível” e, desse modo, “passar a mandar no governo”.

“Para este governo, não há verdades. Há narrativas, em que cada um tem a sua verdade. Perante uma comissão de inquérito, o que se assistiu foi a um conjunto de narrativas contraditó­rias, repletas de omissões, de equívocos e desmentido­s deles próprios, que vão continuar a levar a uma degradação das instituiçõ­es do Estado perante a opinião pública. E isso não é salutar para o regime democrátic­o, nem para os partidos que são credíveis e democrátic­os”, e leva à emergência dos populismos. “Depois não se queixem”, avisou.

Relativame­nte à Festa da Cebola, o JM registou relatos de produtores que se queixavam de as condições atmosféric­as terem prejudicad­o o negócio no último ano, mas a Secretaria Regional da Agricultur­a distribuiu informação pelos jornalista­s que indica que, em 2022, a produção de atingiu as 3.932 toneladas, gerando um valor bruto de 4.167.792 euros, ou seja, +6,6% do que o registado no ano anterior. O número de agricultor­es do setor varia hoje entre 1.100 e 1.150 e a área de plantio de 136 hectares.

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A Festa da Cebola teve ontem momentos alternados de sol e chuva.

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