“Cavaco Silva perdeu sentido de Estado”
O secretário-geral adjunto do PS, João Torres, afirmou, ontem, que as declarações do ex-presidente da República Cavaco Silva no sábado revelam que “perdeu o sentido de Estado” e que está “inconformado” pela sua “grande impopularidade” no país.
“A agressividade e a violência verbal a que o país ontem assistiu por parte de um antigo primeiro-ministro e antigo Presidente da República revelam que o professor Cavaco Silva perdeu o sentido de Estado que se exige”, afirmou João Torres em declarações aos jornalistas à margem da Gala dos 50 anos do Ps/braga, no Theatro Circo.
Aníbal Cavaco Silva acusou o Governo de ser especialista em “mentira e propaganda”, num discurso muito crítico do executivo no 3.º Encontro Nacional dos Autarcas Social-democratas (ASD), em Lisboa.
“Há que resgatar o debate político porque ele é importante em democracia. Segundo o que vemos, ouvimos e lemos, existem duas áreas em que o Governo socialista é especialista: na mentira, e na propaganda e truques”, acusou.
Considerando que o primeiro-ministro “perdeu a sua autoridade”, o antigo Presidente da República afirmou que por vezes os chefes de Governo “decidem apresentar a sua demissão” devido a “um rebate de consciência”. “Em princípio, a atual legislatura termina em 2026.
Mas às vezes os primeiros-ministros, em resultado de uma reflexão sobre a situação do país ou de um rebate de consciência, decidem apresentar a sua demissão e têm lugar eleições antecipadas – foi isso que aconteceu em março de 2011”, afirmou. Cavaco Silva defendeu que “o PSD é inequivocamente a única, verdadeira alternativa credível ao poder socialista” e considerou que o líder do PSD está “tão ou mais bem preparado” do que ele próprio quando foi chefe de Governo.