Discriminações positivas
O presidente da Câmara de Santana reiterou, ontem, ao presidente do Governo Regional, o descontentamento da maior franja da população sobre a não abertura das urgências do centro de saúde no período da noite. Apelou à necessidade da construção de uma estação elevatória na Achada do Gramacho e a uma maior dedicação da Sociedade de Desenvolvimento do Norte na procura de uma solução estável e responsável para a concessão do restaurante da Foz da Ribeira do Faial, praia que ostenta as bandeiras azul e de ouro. Dinarte Fernandes, que falava na sessão solene do dia do concelho, defendeu a necessidade de o município ter um plano para a captação e armazenamento de água.
Estes foram alguns dos apelos deixados pelo autarca momentos depois de, dirigindo-se a Miguel Albuquerque, agradecer as intervenções levadas a cabo em Santana, nomeadamente a tão esperada ligação da via expresso ao Arco de São Jorge, assim como a consolidação do talude das Cruzinhas e o asfaltamento da Estrada Regional 213 entre o Faial e o Cortado.
“A sua reconhecida experiência política permite-lhe, melhor do que eu, entender que a colaboração institucional está acima de interferências de subalternos sem o sentido do bem comum. A minha pouca experiência política permite-me ter a certeza que vossa excelência, na próxima legislatura, continuará a olhar para Santana com o sentido de Governo que lhe é característico”, afirmou o edil.
O presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, que presidiu à sessão solene, afirmou a necessidade de, na próxima legislatura, a Madeira ter um Plano de Coesão Territorial, com respostas e soluções para o problema demográfico e para os desajustamentos e desigualdades entre concelhos. José Manuel Rodrigues adiantou que só com discriminações positivas, a diversos níveis, se poderão ultrapassar os condicionamentos e constrangimentos que o norte da Madeira enfrenta. Aquele responsável defendeu a urgência em se combater o despovoamento e lembrou que Santana tem a menor percentagem de jovens do arquipélago - apenas dez por cento da população - o que coloca inúmeros problemas de crescimento e de desenvolvimento ao município.
Dinarte Fernandes referiu ainda que não pode deixar passar “as interferências mesquinhas de alguns lacaios que, na ânsia de porem a Câmara contra o Governo e o Governo contra a Câmara, tentaram minar, sem sucesso, este processo”.
Depois de enunciar mais um conjunto de investimentos que são necessários em Santana, Dinarte Fernandes terminou como começou: que a bússola, que aponta sempre para o norte, não sofra interferências que muitas vezes desviam o investimento para outro extremo da agulha.