NRP Mondego deixa a Madeira e é rendido por duas lanchas
O NRP Mondego termina hoje a sua atribulada missão na Zona Marítima da Região Autónoma da Madeira, depois do caso dos 13 militares que se recusaram a fazer o acompanhamento de um navio russo, a norte do Porto Santo. A situação, recorde-se, foi grave ao ponto de o chefe do Estado Maior da Armada, almirante Gouveia e Melo, se ter deslocado de imediato à Madeira para falar diretamente a toda a guarnição.
Questionada a Marinha acerca do processo disciplinar acionado contra os quatro sargentos e nove praças, o serviço de Relações Públicas respondeu-nos que “o processo disciplinar está em curso, seguindo os trâmites normais” e que “os militares estão colocados em diversas unidades da Marinha”.
Os militares alegaram que o navio não oferecia condições para uma navegação em segurança. A saga do NRP Mondego não se ficou por aqui, verificando-se, dias depois, que a embarcação não estava operacional para a missão de rendição de pessoal nas Selvagens. Teve de ser substituída temporariamente pelo NRP Setúbal, enquanto era reparada, no Caniçal. A despedida do NRP Mondego está prevista para hoje, com destino à Base Naval de Lisboa, disse a Marinha ao JM.
O patrulha vai ser rendido por duas lanchas – o NRP Orion e o NRP Hidra – que chegaram na quarta-feira à Madeira, conforme informação divulgada no site da Marinha. De acordo com esta fonte, “o NRP Orion faz parte de uma série de quatro navios que constituem a classe Centauro, é comandado pelo primeiro-tenente Mário Nuno Fernandes Cabo, enquanto o NRP Hidra faz parte de uma série de cinco navios que constituem a classe Argos, sendo comandado pelo segundo-tenente António Lopes Ferreira. Ambos os navios possuem uma guarnição de 8 militares”.
As lanchas são “navios de deslocamento inferior a 200 toneladas e comprimento inferior a 35 metros, com armamento reduzido, destinados a missões de segurança e autoridade do Estado do Mar”.