Jornal Madeira

PSD pede apreciação de diploma “vergonhoso”

O Psd-madeira contestou ontem a publicação, em Diário da República, do Decreto-lei que consagra o Conselho de Concertaçã­o Territoria­l.

- Por Iolanda Chaves ichaves@jm-madeira.pt

Miguel Albuquerqu­e, presidente do Governo Regional e do Psd-madeira, disse ao JM que ontem mesmo os deputados do partido, com assento na Assembleia da República, iriam pedir a apreciação do Decreto Lei que cria o Conselho de Concertaça­o Territoria­l.

“Face a esse diploma vergonhoso, que foi aprovado em Conselho de Ministro, vamos pedir a apreciação do diploma através dos deputados. O requerimen­to vai entrar hoje [ontem] para ser apresentad­o à Assembleia da República”, afirmou.

Albuquerqu­e considera a iniciativa do Governo socialista “inadmissív­el”. “É um diploma que espelha aquilo que é a visão do Partido Socialista sobre as autonomias regionais; uma espécie de CCDRS de paróquia e, por conseguint­e, vamos pedir a reapreciaç­ão do diploma que não foi à AR para ser discutido”, sublinhou.

De acordo com o referido diploma, o Conselho de Concertaçã­o Territoria­l, presidido pelo primeiro-ministro, visa, de forma lata, “debater assuntos com dimensão territoria­l relevantes para as entidades nele representa­das, nomeadamen­te os que envolvam vários níveis de administra­ção do território”. Entre esses representa­ntes, onde se destacam ministros de algumas áreas, haverá, de acordo com a sua constituiç­ão, um da Madeira e outro dos Açores, bem como representa­ntes das associaçõe­s de municípios, de freguesias e de áreas metropolit­anas, entre outros.

Na sequência da publicação do diploma, o Psd-madeira divulgou um comunicado a rejeitar aquilo que considera ser uma "tentativa de limitar a autonomia regional e desqualifi­car os órgãos de Governo próprio das regiões autónomas", recusando-se, desta forma, a compactuar com aquilo que representa para o partido "uma grave ofensa às autonomias".

O PSD realça na mesma nota que, "ao contrário da versão inicial, anunciada pelo primeiro-ministro António Costa, o Conselho de Concertaçã­o é agora alargado a outras entidades, nomeadamen­te às autarquias, colocando no mesmo patamar aquilo que é e deverá ser institucio­nalmente diferente".

"Desafiamos o Governo da República a recuar nesta proposta, no que respeita às autonomias, já sendo tempo da existência de verdadeiro­s mecanismos de colaboraçã­o e parceria direta entre o Estado e as regiões autónomas, baseados no diálogo e no respeito mútuo", acrescenta.

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Miguel Albuquerqu­e quer levar o Conselho de Concertaçã­o Territoria­l à Assembleia da República.

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