Vítima de violência doméstica vai hoje a enterrar
Missa de corpo presente da mulher que na noite de domingo terá levado um tiro, no queixo, quando se encontrava na cama, por parte do companheiro, realiza-se na capela em frente à sua residência.
É na capela da Meia Légua, de frente para a casa onde a tragédia aconteceu na noite do último domingo, que se realiza, hoje, a missa de corpo presente de Délia Gonçalves, a mulher alegadamente assassinada a tiro pelo companheiro de mais de uma década.
Ontem, o JM voltou à Meia Légua. Chovia. Os vizinhos estavam todos recatados. O irmão da vítima mortal era o único que, mesmo à chuva, andava na rua. Recusou-se a adiantar mais pormenores. Sublinhou que, o que aconteceu precisamente, “só ele [Ernesto Pestana] sabe. Mas ninguém lhe pode perguntar na cadeia. Não faço a mínima ideia das razões deste desfecho”. Afirmou também que o funeral acontece hoje.
Apurou-se, depois, que o corpo da mulher sai hoje da morgue do Hospital Dr. Nélio Mendonça pelas 12h30 para a capela da Meia Légua. A missa é celebrada às 13h30, prosseguindo, depois, o funeral para o cemitério da freguesia. Recorde-se que passava pouco das 21 horas do último domingo quando Andreína Silva, sobrinha de Délia Gonçalves, recebeu a notícia no seu local de trabalho. “Há uma tragédia na tua casa. Estão cinco carros da PSP, ambulâncias e EMIR”, disseram à jovem que havia acabado de sair da residência depois de fechar as portas da capela da Meia Légua, assim que os fiéis acabaram de rezar o terço. Andreína Silva não abandonou a idosa a quem presta cuidados e foi se mantendo atualizada do que se passava através de telefonemas e mais telefonemas. Veio a saber que a tia tinha sido assassinada, a tiro, no queixo.
No dia seguinte, quando o JM chegou ao local do crime, Andreí
Os vizinhos sabiam das desavenças mas ficaram chocados. Nunca pensaram que Ernesto Pestana pudesse fazer isto.
na Silva apresentava-se chorosa. O tio, irmão da falecida, não quis falar.
Já a jovem lá foi dizendo o pouco que sabia. É que, apesar de partilhar a mesma casa, tinham cozinhas separadas e alguns compartimentos. Admitiu, contudo, que há 3 dias que a tia e o companheiro, Ernesto Pestana, se andavam a picar. Não soube precisar as razões das discussões, mas disse que as mesmas
aconteciam um pouco por tudo. E nesse preciso dia, quando saiu de casa à boleia do tio (irmão da falecida), avisou: “vão para a cama mais cedo e descansem para ver se as brigas acalmam!” Mas não foi isso que aconteceu.
Na segunda-feira de manhã, Andreína Silva só tinha a chave da cozinha para fazer as suas refeições, assim como do seu quarto. A PJ, prosseguiu, levou o resto. Ontem, já tinha de toda a casa, como disse o tio. Mas sem pormenores.