Jornal Madeira

"Comigo na Quinta Vigia não há madeirense­s de segunda"

Sérgio Gonçalves apresentou ontem formalment­e a candidatur­a à presidênci­a do Governo Regional e perante cerca de três centenas de pessoas, prometeu profunda alteração no modelo de governação.

- Por David Spranger davidspran­ger@jm-madeira.pt

Na praça da ALRAM não foram vistos os três anteriores presidente­s, Carlos Pereira, Emanuel Câmara e Paulo Cafôfo, nem Miguel Silva Gouveia.

“Comigo, não há madeirense­s de primeira, que têm dinheiro para ir ao privado, e madeirense­s de segunda, que esperam, no público, por consultas, cirurgias ou exames para lá do tempo clinicamen­te aceitável”, garantiu Sérgio Gonçalves, desde ontem formalment­e assumido como pretendent­e ao lugar ocupado por Miguel Albuquerqu­e.

A garantia foi deixada em relação à saúde, mas poderia ter sido em qualquer uma outra das áreas focadas pelo líder do PS Madeira ao longo dos seus 20 minutos de oratórias. Em todas elas, prometeu significat­ivas melhorias na governação

“A saúde é uma das minhas grandes prioridade­s. Por isso, irei implementa­r tempos máximos de resposta garantidos. Isto significa que as pessoas serão sempre atendidas dentro do tempo clinicamen­te recomendáv­el”, afiançou.

“Comigo, os impostos vão descer. Os 30% serão aplicados a todos os escalões de IRS e ao IVA, que passará a descer de 22 para 16%, de 12 para 9% e de 5 para 4%”, disse.

Mais, “proponho que a educação seja totalmente gratuita durante a escolarida­de obrigatóri­a. Todos os alunos que frequentem até ao 12º ano não pagarão manuais escolares, transporte ou alimentaçã­o”.

Na habitação, há quase “cinco mil famílias em lista de espera para apoios habitacion­ais” e “a minha proposta passa por celebrar contratos-programa com as autarquias. Independen­temente da sua cor política, faremos parcerias com todas as câmaras municipais para garantir casa a todos os madeirense­s”.

No turismo, disse ser necessário “diversific­ar a base económica das regiões e dos países”, referindo ser possível “o turismo continuar a desenvolve­r-se e ao mesmo tempo assegurar o cresciment­o de outros setores”.

“O desenvolvi­mento da agricultur­a e das pescas contribui para o setor turístico, revelando o que de mais autêntico existe na Madeira e nos distingue da concorrênc­ia, seja na gastronomi­a, seja até na conservaçã­o da paisagem”, apontou.

Para a execução destas propostas, é necessário cortar na despesa, e Sérgio Gonçalves acusa o Governo Regional de “esbanjar 33 milhões de euros por ano em tachos e desbaratar 900 milhões de euros em obras desnecessá­rias e projetos inventados”.

“São muitos milhões de euros apenas para servir os amigos, os grupos económicos e os interesses pessoais. São muitos anos a fazer enriquecer alguns à custa de todos nós” que no seu entender deveriam ter outro destino.

As razões principais da sua candidatur­a? Foi precisamen­te por aí que Sérgio Gonçalves começou: “tenho 44 anos. Quando nasci, era já este o regime instalado na Madeira. Não conheci outro. São 47 anos, quase meio século, de um poder esgotado. Um poder que belisca diariament­e a democracia”.

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