O tema do caminho
NMEMÓRIA AGRADECIDA a terminologia do Antigo Testamento há diversas palavras que designam estrada e caminho, aparecem mais de 1.500 vezes, o que mostra a sua importância, não é um tema marginal.
Cada israelita pode dizer aquilo que o sacerdote proferia na oferta das primícias: “Meu pai era um arameu errante a caminho.”
O Corão tem uma expressão semelhante, chama-os “os filhos do caminho”. Segundo a teologia do Antigo Testamento, os povos que se dispersam após a decisão de construir a Torre de Babilónia e povoam todo o mundo, têm um destino sobrenatural. Trata-se de uma ordem divina com a missão de procriar e dominar o mundo. Deus, criador do universo serve-se do homem como instrumento de conservação, transformação e unificação de todo o criado.
Com os profetas anuncia-se uma criação completamente nova. Os patriarcas deixam de ser errantes e tornam-se peregrinos, os seus caminhos são as suas viagens, e o seu destino, a sua vocação e o seu acreditar, mais do que diferenças de viagens tornam-se caminhos de homens com Deus.
Os caminhos de Deus, como os preceitos, tudo aquilo que a lei de Deus pede ao homem, tende unicamente à coesão, à consolidação, ao bem-estar da comunidade, tende a promover um encontro de todo o Israel, dando consistência à Aliança com Deus.
Todas as intervenções na história de Israel são expressões do amor total do Senhor para com o seu povo de Israel.
Compreende-se assim, porque Deus pede agora a circuncisão do coração. O caminho da lei torna-se o caminho do amor. Um caminho de liberdade e de amor torna-se sempre um caminho de escolha e de confronto, as tribos saídas da escravidão do Egito não desistiram de opor-se a Deus e a Moisés no deserto do Sinai.