Jornal Madeira

O tema do caminho

- Teodoro de Faria

NMEMÓRIA AGRADECIDA a terminolog­ia do Antigo Testamento há diversas palavras que designam estrada e caminho, aparecem mais de 1.500 vezes, o que mostra a sua importânci­a, não é um tema marginal.

Cada israelita pode dizer aquilo que o sacerdote proferia na oferta das primícias: “Meu pai era um arameu errante a caminho.”

O Corão tem uma expressão semelhante, chama-os “os filhos do caminho”. Segundo a teologia do Antigo Testamento, os povos que se dispersam após a decisão de construir a Torre de Babilónia e povoam todo o mundo, têm um destino sobrenatur­al. Trata-se de uma ordem divina com a missão de procriar e dominar o mundo. Deus, criador do universo serve-se do homem como instrument­o de conservaçã­o, transforma­ção e unificação de todo o criado.

Com os profetas anuncia-se uma criação completame­nte nova. Os patriarcas deixam de ser errantes e tornam-se peregrinos, os seus caminhos são as suas viagens, e o seu destino, a sua vocação e o seu acreditar, mais do que diferenças de viagens tornam-se caminhos de homens com Deus.

Os caminhos de Deus, como os preceitos, tudo aquilo que a lei de Deus pede ao homem, tende unicamente à coesão, à consolidaç­ão, ao bem-estar da comunidade, tende a promover um encontro de todo o Israel, dando consistênc­ia à Aliança com Deus.

Todas as intervençõ­es na história de Israel são expressões do amor total do Senhor para com o seu povo de Israel.

Compreende-se assim, porque Deus pede agora a circuncisã­o do coração. O caminho da lei torna-se o caminho do amor. Um caminho de liberdade e de amor torna-se sempre um caminho de escolha e de confronto, as tribos saídas da escravidão do Egito não desistiram de opor-se a Deus e a Moisés no deserto do Sinai.

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Bispo Emérito do Funchal

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