Jornal Madeira

Helicópter­o da Força Aérea sem tripulação desde fevereiro

FAP está em processo de “regeneraçã­o de tripulante­s” do EH-101, mas assegura que há uma equipa de alerta. Nuno Batista diz que é “mais um sinal” que o Governo da República dá de “abandono” às ilhas.

- Por Bruna Nóbrega bruna.nobrega@jm-madeira.pt

O helicópter­o EH-101 ‘Merlin’ da Força Aérea Portuguesa (FAP), que efetua os transporte­s médicos urgentes entre o Porto Santo e a Madeira e as operações de busca e salvamento na Zona Militar da Madeira, está sem tripulação, não tendo saído para nenhuma missão desde fevereiro. Uma situação que Nuno Batista, presidente da Câmara do Porto Santo, considera ser “mais um sinal” que o Governo da República dá “de despreocup­ação e abandono” face à população das ilhas.

Mesmo sendo facto que há a hipótese de para as evacuações ser empenhado o avião C-295M, o problema é que esta aeronave, conforme denota o edil, pode não conseguir operar em situações de mau tempo, tendo em conta aos constrangi­mentos provocados pelo vento no aeroporto da Madeira.

“Mesmo tendo o avião, sabendo a importânci­a do mesmo e de todos os profission­ais da Força Aérea que ao longo destes anos têm trabalhado no Porto Santo, a verdade é que se acontecere­m situações médicas extremamen­te graves e mesmo pela questão do mau tempo, que é muito frequente no aeroporto da Madeira, a aeronave não poderá entrar em ação e ficaremos numa situação muito complicada, pondo em risco a vida das pessoas”, alerta o autarca, o qual observa que é a primeira vez que a situação ocorre no Porto Santo.

Nuno Batista afirma que o País, naquilo que toca à forma como olha para as regiões autónomas, “está a piorar” de dia para dia. “Se calhar, vamos ter de tomar outro tipo de posições para que estas situações não advenham de reivindica­ção, mas sim de uma normalidad­e que seria mais do que necessária para conseguir manter o nível e a qualidade de vida das populações que cá estão e procurar captar novos residentes”, defende.

A autarquia ainda não fez, em termos escritos formais, nenhum alerta junto da República, mas encontra-se em articulaçã­o com o executivo regional nesse sentido, num processo que está, porém, dependente do atual contexto político do País e da própria Região.

“Não temos Governo da República ainda; o Governo Regional está demissioná­rio e, infelizmen­te, esta instabilid­ade política nacional tem dificultad­o a resolução de algumas situações. Vamos ver o que acontece, nomeadamen­te ao longo do dia de hoje (ontem) e amanhã (hoje) em termos de Governo da República e depois iremos encetar contactos com o novo executivo para tentar resolver os problemas que estão a prejudicar a população do Porto Santo”, assegura.

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