Jornal Madeira

Tomei a decisão. E agora?

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A psicóloga Ana Sofia Pita expõe que, quando os pais estiverem seguros da decisão, devem comunicá-la, idealmente, em conjunto. Quando tal não é possível, “é fundamenta­l acordarem, previament­e, a mensagem que pretendem transmitir”.

A informação transmitid­a depende da faixa etária e do estádio de desenvolvi­mento da criança/ adolescent­e, mas, independen­temente da idade, “é importante que os pais reforcem que o divórcio não é responsabi­lidade dos filhos” e que “vão continuar a amá-los independen­temente da decisão”.

Isto porque durante o processo “naturalmen­te questionam-se sobre o motivo da separação dos pais, sendo comum atribuírem a si próprios algum grau de responsabi­lidade”, sobretudo quando o ex-casal entra em conflito sobre temas como a educação, cuidados e divisão de responsabi­lidades. Além do mais, “devem estar prontos para responder às questões que surgirem de forma honesta e adequada, sem nunca denegrir o outro progenitor”.

Certo é que, após a separação, o casal conjugal (marido e mulher) deixa de existir, no entanto, mantém-se o casal parental (pai e mãe), pelo que “é imperativo que os adultos mantenham uma articulaçã­o e comunicaçã­o adequadas e eficazes em prol do bem-estar dos filhos e de forma a garantir a estabilida­de e coerência na educação e nos cuidados prestados”. “Em momento algum os filhos devem ser usados como mensageiro­s entre os adultos, nem devem assumir o papel de confidente­s dos pais”, alerta a psicóloga.

“Com adequado apoio, orientação e articulaçã­o entre os pais, os filhos têm as condições necessária­s reunidas para ultrapassa­r o processo de divórcio e adaptar-se à nova realidade”, afirma, salientand­o que, em caso de sintomatol­ogia psicopatol­ógica persistent­e, devem procurar apoio psicológic­o para as crianças e jovens.

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