Jornal Madeira

Franco também acha justa a repartição de verba do trilho

Parte do dinheiro que o Governo cobra pelas entradas no Cais do Sardinha deveria ser aplicado, segundo o autarca de Machico, em apoio aos bombeiros.

- Por Carla Ribeiro carlaribei­ro@jm-madeira.pt

“Nunca falei sobre isso, mas, de facto, acho que seria justo que a autarquia recebesse uma verba do valor cobrado aos turistas pelo acesso ao Cais do Sardinha”, admite, ao JM, o presidente da Câmara Municipal de Machico, dois dias depois de Leonel Silva, autarca de Câmara de Lobos, ter referido que o município intervém em trilhos junto ao Cabo Girão e desenvolve, em parceria com a Associação Insular de Geografia, um projeto denominado Giro, para os quais têm faltado verbas.

Nessas declaraçõe­s ao Jornal, o autarca câmara-lobense afirmou que entre 10 a 15 por cento da receita conseguida deveria reverter a favor da autarquia para a manutenção de trilhos e para levar adiante o projeto que está mais ou menos em stand-by com a Associação Insular justamente pela escassez de verbas.

Ora, ontem, contactado pelo Jornal, Ricardo Franco, da autarquia de Machico, começou por reconhecer que nunca intercedeu nesse sentido mas afirmou que partilha da opinião do autarca de Câmara de Lobos. Explicou que toda a intervençã­o ao longo da Vereda do Cais da Sardinha é da responsabi­lidade do Instituto das Florestas e Conservaçã­o da Natureza (IFCN). Daí que o município não tenha despesas com a manutenção do percurso.

Contudo, conforme frisou, os bombeiros, que são municipais, “são recorrente­mente chamados ao referido espaço, para socorrer turistas que caem e que se magoam”. Mais, acrescenta Ricardo Franco: “A grande maioria dos socorridos sai da Madeira sem pagar o serviço prestado pelos nossos elementos”.

O autarca de Machico aproveita a oportunida­de para falar da pressão tremenda e diária a que aquele trajeto é sujeito e, sobre isto, confessa que já abordou com a secretária regional do Ambiente e Agricultur­a. Aliás, pelas palavras de Ricardo Franco, Rafaela Fernandes terá concordado que há, de facto, pressão mas garantido que o Governo tudo está a fazer no sentido de minimizar esse impacto.

Ricardo Franco afirma que são

largas dezenas de pessoas as que, diariament­e, percorrem aquele trilho, assim como são largas as dezenas de pessoas socorridas ao longo do ano (ver texto ao lado).

“Há dias em que se formam filas e até congestion­amento no percurso, sobretudo em passagens mais estreitas”, adianta. Os valores cobrados dependem dos meios usados, da distância em que se encontra a vítima, dos efetivos deslocados para o local, entre outras condiciona­ntes.

Foi a partir de 3 de abril do último ano que o acesso ao Cais do Sardinha passou a ser pago para turísticas.

No último 22 de março, a RTP-Madeira anunciava que os turistas também vão começar a pagar em três novos percursos pedestres. São eles os Balcões, o Rabaçal e o Pico do Areeiro/pico Ruivo. Tudo por causa do excesso de procura que se verifica por aqueles trajetos. Foi a secretária regional da Agricultur­a e Ambiente, Rafaela Fernandes, quem anunciou esta decisão.

A taxa de 2 euros visa reduzir o excesso de turistas que já fazem aquela vereda. Aliás, conforme manchete do JM no dia 4 de abril deste ano, uma outra decisão para evitar os grandes constrangi­mentos que estão a acontecer também ao nível da circulação automóvel tem a ver com o facto de as viaturas de rent-a-car estarem impedidas de subir até ao Pico do Areeiro, tendo de parar no estacionam­ento criado um pouco abaixo.

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