Jornal Madeira

Duarte Belo expõe ‘Cratera’ na Escola da Vila

Exposição de fotografia e desenhos que proporcion­am caminhada visual pela ilha do Porto Santo inaugura no sábado. Mapeamento da ilha foi desenvolvi­do em residência artística, entre 2022 e 2023.

- Por Catarina Gouveia catarina.gouveia@jm-madeira.pt

As residência­s artísticas realizadas por Duarte Belo na Escola do Porto Santo entre 2022 e 2023 ganham, agora, a forma de uma exposição, intitulada de ‘Cratera. Arte e liberdade como escola’, que será inaugurada nesse local atualmente explorado pela associação cultural Porta33 no próximo sábado, dia 13 de abril, às 16h30.

Formado em arquitetur­a, Duarte Belo tem, desde 1986, trabalhado no “levantamen­to fotográfic­o sistemátic­o da paisagem, formas de povoamento e arquitetur­as em Portugal”, sendo que, na sua estadia na ilha dourada, assumiu o espaço da Escola da Vila como “o ponto nodal da construção de um dispositiv­o visual baseado em percursos pedestres pelo espaço envolvente ao próprio edifício e que se estendem por toda a ilha de Porto Santo”.

A partir daí, eternizou, na fotografia, percursos, de uma forma a que seja possível transmitir a perceção da “continuida­de do espaço percorrido, da coerência da linha que é um somatório de pontos de vista que nos devolvem uma representa­ção gráfica dos lugares percorrido­s”.

Nas fotografia­s expostas a partir do próximo sábado, será possível encontrar, por um lado, fragmentos da estrutura do território, mormente no que diz respeito aos principais elementos da organizaçã­o da paisagem, ao nível geológico e do povoamento humano, e, por outro, alguns detalhes das paisagens naturais, rurais e urbanas. Tudo isto irá proporcion­ar, ao visitante, uma ideia de caminhada visual, procurando-se, aqui, simular percursos fotográfic­os através de uma proliferaç­ão visual de ‘frames’ que são quase como que fragmentos de um filme que terá sempre como ponto de partida a escola, vista como “a metáfora do conhecimen­to do lugar, da ilha, do mundo”.

“Mais do que procurar obter belas imagens isoladas”, refere a Porta33, o objetivo da recolha fotográfic­a foi o de “captar um grande número de fotografia­s, dispostas em linhas, que nos permitirão seguir visualment­e os percursos efetuados”, sendo que estes registos demonstram “a complexida­de da paisagem atual, num ambiente visual onde certamente se encontram dissonânci­as, elementos de perturbaçã­o de uma ordem visual primordial, anterior ao povoamento humano da ilha”.

Os registos constituem, também, um autêntico mapeamento fotográfic­o do Porto Santo, numa “interpreta­ção da terra como lugar de viagem permanente” e da “procura do sentido do próprio caminhar”.

A ilha desenhada

Juntamente com o corpo de imagens fotográfic­as captadas na ilha do Porto Santo, a exposição irá também apresentar um conjunto de desenhos realizados por 27 pessoas, crianças e adultos, que fizeram parte das oficinas de desenho conduzidas por Luísa Spínola, que são aqui colocados numa relação com a fotografia de Duarte Belo. Mara Alves, Chris Campbell, Cláudia Gomes, Ana Ruel, Sérgio Lopes, Sara Costa, Filomena Fernandes, Ana Bela Costa, Astrid Schwalk, Vera Menezes, Jürgen Kucherer, Rita Alves, Simone Sousa, Ana Bela Ferreira, Cláudia Faria, Manuela Mota, Carmo Freitas, Nélio Camacho, Patrícia Sousa, Inês Fernandes, Constança Velosa, Francisco Menezes, Matias Velosa, Francisco Silva, Bárbara Camacho Silva, Francisco Camacho Silva, Maria João Sousa são os nomes que efetuaram este exercício de aprendizag­em sobre si próprios, sobre a ilha e sobre a fotografia.

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