Motoristas não desistem dos seus direitos
Greve programada para o dia 14 de maio poderá contar também com motoristas dos Horários do Funchal.
Depois de uma jornada de luta em março, e da paralisação de ontem com uma adesão de 85%, há uma nova greve marcada para 14 de maio, que poderá também engobar os motoristas da HF.
Ontem foi mais um dia de luta para os motoristas da Rodoeste e da CAM – Companhia de Autocarros da Madeira que engloba a SAM e a Empresa de Automóveis do Caniço.
Às 5 horas da manhã, já muitos motoristas concentravam-se no Campo da Barca, junto às instalações da Rodoeste, para mais uma jornada de protestos, de onde seguiram depois, por volta das 9h30, para a sede da ACIF.
Segundo Manuel Oliveira, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Motoristas, ainda que a participação dos condutores da SAM e da Companhia de Automóveis do Caniço, na paralisação, fosse “mais fraca”, o balanço seria “francamente positivo”, tendo em consideração que “as três empresas tiveram uma adesão superior em relação à greve passada”, que decorreu a 12 de março.
Em declaração à rádio JM FM, o vice-presidente do sindicato explicou que estes trabalhadores pedem equidade e uma convenção coletiva que esteja em conformidade com a lei, uma vez que “esta atualmente não está, tem cerca de meio século é mais do que tempo de ser substituída”.
Além do mais, os trabalhadores destas três empresas “pedem que sejam tratados de igual forma que os colegas dos Horários do Funchal nas questões remuneratórias”.
No entanto, sabe o JM que a greve programada para o dia 14 de maio poderá contar também com os motoristas dos Horários do Funchal.
Em causa está a divergência entre administração e sindicato do acordo que determina 1% de aumento extraordinário.
Aliás, estes profissionais garantem que se até ao dia 22 deste mês a administração da HF não rever a sua interpretacão, os motoristas da empresa juntam-se à greve agendada para o dia 14 de maio.
(I)legalidade da greve Em declarações à comunicação social, o gestor da Rodoeste disse que esta greve era ilegal, porque a empresa “não recebeu nenhum comunicado de aviso prévio”. Além disso, referiu que a Direção Regional de Trabalho “também mandou um comunicado ao sindicato a dizer que a greve é ilegal”, acrescentando que “o aviso prévio deve conter obrigatoriamente uma proposta de serviços mínimos e o sindicato não fez caso disso”.
Refutando estas acusações, Manuel Oliveira confirma que “todos os formalismos legais, como é óbvio, foram observados. Portanto, se foram todos observados, não há nenhuma ilegalidade na marcação da greve”.
Junto à sede da ACIF, o sindicalista lembrou que em 2022 “estes trabalhadores deveriam ser aumentados”, sendo que estamos em 2024 e “ainda não o foram”, e lembrando um acordo negociado entre a ACIF e o STRAM, Manuel Oliveira assevera que “o que nós solicitamos à ACIF é que não insulte a inteligência dos trabalhadores”.
Por sua vez, a ACIF fala de uma “convenção atualizada” e adianta que “está sempre disponível para negociar, desde que não seja sob estes efeitos de greve e coação”.
A paralisação de ontem teve uma adesão, de acordo com o sindicato, de 85%.