Jornal Madeira

Sócrates impugna decisão do Conselho da Magistratu­ra

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O ex-primeiro-ministro José Sócrates vai impugnar em tribunal a decisão do Conselho Superior da Magistratu­ra de manter o coletivo de juízas da Relação de Lisboa à frente do recurso do processo Operação Marquês, apesar de colocadas noutros tribunais.

“Julgo que nada mais me resta senão procurar um tribunal e apresentar a devida impugnação judicial”, disse José Sócrates em conferênci­a de imprensa, falando de manipulaçã­o do processo.

O ex-primeiro-ministro (20052011) disse ter sido vítima de “manipulaçã­o da escolha dos juízes” pela segunda vez no processo.

“Esta é a segunda vez que falseiam o processo de escolha dos juízes. Há 10 anos foi a atribuição manual, agora é a exclusivid­ade de funções”, alegou o principal arguido da Operação Marquês.

Segundo José Sócrates, em 2014, quando o Tribunal Central de Instrução Criminal atribuiu o processo ao juiz Carlos Alexandre, “a distribuiç­ão [dos processos pelos juízes] foi manipulada com recurso à chamada atribuição manual”, quando deveria ter sido feito por sorteio eletrónico.

Passados 10 anos, na sequência da transferên­cia de duas das três juízas que acompanhav­am o processo no Tribunal da Relação de Lisboa para a Relação do Porto e a Relação de

Guimarães, o Conselho Superior da Magistratu­ra atribuiu, em julho, exclusivid­ade das juízas nesse processo, sem o remeter para nova distribuiç­ão, como defende o ex-governante.

“O que aconteceu foi ilegal”, afirmou José Sócrates, que em fevereiro apresentou ao Conselho Superior da Magistratu­ra impugnação da sua decisão.

“Nenhum estatuto de exclusivid­ade de funções transforma uma juíza da Relação do Porto numa juíza da Relação de Lisboa, nem permite que uma juíza da Relação de Guimarães possa continuar a decidir processos que não são da jurisdição da Relação de Lisboa”, defendeu.

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