Jornal Madeira

Denúncias anónimas são nova normalidad­e

Miguel Albuquerqu­e não faz ideia do que originou as buscas à Câmara do Porto Moniz e pede à população que saiba destrinçar o que é uma denúncia e o que é a culpabilid­ade de alguém.

- Por David Spranger davidspran­ger@jm-madeira.pt

Miguel Albuquerqu­e alertou ontem para a nova normalidad­e em que se estão a tornar as denúncias anónimas, consideran­do que todos terão de aprender a conviver com isso, mas ressalvand­o que é necessário que a população tenha discernime­nto para fazer a destrinça, porque da denúncia anónima à culpabilid­ade vai uma enorme distância. As declaraçõe­s do presidente do Governo Regional foram catalisada­s pelas que terão acontecido na véspera à Câmara Municipal do Porto Moniz, com Albuquerqu­e a constatar que “isso agora é recorrente”, e que vão passar a ser mais recorrente­s”, pelo que “é bom que as pessoas se habituem”.

Contudo, de imediato, acrescento­u que “é bom que as pessoas não se habituem a violar ou pensar que não existe estado de direito e que uma averiguaçã­o equivale a uma condenação, em que a abertura de uma instrução num processo criminal é o equivalent­e a uma condenação, ou que uma mera acusação num processo equivale a uma condenação transitada em julgado. São coisas e etapas completame­nte diferentes num processo”.

Quanto ao facto de a autarquia ter apontado o dedo a responsáve­is do PRODERAM, por essas denúncias anónimas, não teceu grandes comentário­s adicionais: "não faz sentido, sei lá quem as fez…”.

Na ocasião, Albuquerqu­e considerou, também, que não tem infligido a lei na sua ação governativ­a, face ao pré-momento eleitoral. O também líder do PSD, que ontem mesmo se reuniu com a delegação da CNE que está na Madeira, considerou que “não tenho feito nada de diferente”, afirmando que “a minha obrigação é continuar a acompanhar os atos do Governo”. Ora, no seu entendimen­to, “não tenho feito apelo ao voto, não tenho dito mal da oposição, portanto vou continuar a trabalhar que é a minha obrigação, porque o Governo não pode parar”.

O terceiro ponto do encontro com a comunicaçã­o social centrou-se na prorrogaçã­o da rota Madeira – Porto Santo à Binter, agora até 22 de setembro. “É inacreditá­vel, cria incerteza e instabilid­ade”, apelando à “resolução, de uma vez por todas”. E do retângulo já não espera grande coisa: “enquadra-se na parlapatic­e geral da administra­ção central. Nada anda. Eles estão há 50 anos para decidir um aeroporto e isto é bem um exemplo… imagine-se se a gente estava dependente dessa gente”.

Nota final para o lamento expresso pelo faleciment­o de Rui Nepomuceno. “Além de amigo pessoal, foi um grande advogado. Tive o gosto e a honra de trabalhar com ele, sobretudo em direito criminal. Era uma pessoa afável, generosa, que tinha os seus ideais, que nunca abdicou. Vou sentir muitas saudades de um homem de uma integridad­e absoluta e ultra culto”.

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