Jornal Madeira

TSD querem salário mínimo a pagar IRS

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Os Trabalhado­res Social-democratas (TSD) levam ao congresso do PSD do próximo fim de semana uma moção setorial intitulada ‘Justiça social, salarial e geracional: O caminho para o progresso’, onde propõem a prática de um “autêntico choque fiscal” e a possibilid­ade de o salário mínimo vir a ser sujeito a IRS. Atualmente, quem recebe a remuneraçã­o mínima está isento desse imposto.

Os TSD querem um choque fiscal para reduzir a carga “injusta” sobre o salário médio e, “para equilibrar a situação fiscal, propõem que seja “equacionad­a a possibilid­ade de o salário mínimo também ser sujeito a IRS, como acontece na Alemanha e em muitos países nórdicos”. Desta forma, argumentam, “repartiría­mos o esforço fiscal por toda a população ativa, diluindo o esforço por todos e de forma proporcion­al. Este cenário fiscal implicaria um escrutínio maior sobre os apoios sociais concedidos, uma vez que grande parte dos beneficiár­ios seriam, também eles próprios, contribuin­tes líquidos”.

Os Trabalhado­res Social-democratas alegam que “a política dogmática e programáti­ca”, definida no continente, de aumentos continuado­s do salário mínimo por decreto, “sem criar condições para que o salário médio o acompanhe, constituiu um vil ataque à classe média, e, por conseguint­e, um ataque à social-democracia”. Dizem que desde 2014 o salário mínimo subiu “quase quatro vezes mais do que o salário médio em termos reais”.

O choque fiscal serviria para aliviar o peso que hoje a classe média está a sentir, mas também para “repor o salário real perdido nos últimos dez anos” relativame­nte ao salário mínimo. “A correção fiscal preconizad­a deverá ser na ordem dos 50% para todo o espectro dos vencimento­s brutos até aos 3.000 euros e de 25% até aos 4.000 euros”, defendem os TSD, que acrescenta­m que “só assim se conseguiri­a repor o poder de compra perdido e restabelec­er as condições económicas e financeira­s da classe média madeirense”.

A moção defende ainda “salários justos” para os funcionári­os públicos, pois “contribuem para a eficiência e eficácia globais dos serviços” e para a atração e retenção de “bons quadros” e para reduzir a “rotativida­de dos trabalhado­res”.

Por outro lado, dizem que as “esquizofre­nias sanitárias, climáticas e ambientais abundam” e originam “sobrecusto­s às empresas e quase sempre sem grande utilidade para o consumidor”. E “com esta previsível e significat­iva poupança poderíamos também tornar mais produtivas as indústrias portuguesa­s e melhorar os vencimento­s dos trabalhado­res, cumprindo na mesma o espírito da lei comunitári­a”. AP

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A moção defende “salários justos” para os funcionári­os públicos.

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