Rui Nepomuceno: faleceu o ‘advogado dos pobres’
Faleceu Rui Nepomuceno. Ia fazer 88 anos a 10 de maio próximo. Advogado, político, historiador, Rui Nepomuceno deixa um legado de luta em prol dos mais fracos e desfavorecidos.
De imediato, surgiram notas de pesar oriundas de todos os quadrantes e forças políticas, desde logo com Miguel Albuquerque a lamentar “uma grande perda para a Região, a deste grande advogado, político, autor e historiador que dedicou a sua vida à defesa das causas em que tanto acreditava. À família e amigos que deixa, os meus mais profundos sentimentos”.
Ireneu Barreto, representante da República para Madeira, também emitiu a nota de desgosto pelo sucedido, tal como o presidente da Assembleia Regional da Madeira, José Manuel Rodrigues, e a Assembleia Municipal do Funchal, presidida por José Luís Nunes, entre muitos outros.
Os partido também sinalizaram este adeus a Rui Nepomuceno, da esquerda à direita, com BE, PTP, ADN e muitos outros a deixarem bem vincada essa homenagem, todos relevando a sua integridade e convicção ideológica.
Na página da Ordem dos Advogados, acompanhado pelo pesar, é referenciado que, filho do industrial de bordados João Nepomuceno (1904, Funchal – 1959, Lisboa) e de Maria da Paixão de Faria Nepomuceno (1906, Funchal – 1984, Funchal), nasceu em Santa Maria Maior, no Funchal, a 10 de maio de 1936.
Rui Nepomuceno era o mais velho de cinco irmãos: Maria Madalena Faria Nepomuceno (1937), Maria João Faria Nepomuceno (1939), Maria das Dores Faria Nepomuceno (1941) e João José Faria Nepomuceno (1945).
Após a guerra colonial, e após a licenciatura em Direito, fixou-se no Funchal. Inscreveu-se na Ordem dos Advogados no Conselho Regional da Madeira em 1968.
Durante anos, exerceu a atividade de advocacia na Ilha da Madeira, sendo ainda hoje conhecido pelo ‘advogado dos pobres’. Inicialmente, especializou-se em Direito Civil e Direito Comercial. Mais tarde, distinguiu-se em Direito Penal.
Como antifascista, militou na oposição democrática, reivindicando a democracia e a autonomia política para a Ilha da Madeira.
Após o 25 de abril de 1974, Rui empenhou-se na organização do Partido Comunista na Madeira. Tornou-se deputado da CDU à Assembleia Legislativa Regional, em 1993, e autarca das Assembleias de Freguesia de Santo António e de São Martinho, no Funchal.