Jornal Madeira

Sindicato e Rodoeste contradize­m-se

A paralisaçã­o de ontem deu um passo atrás nas suas intenções, ao ter desistido de ir à Quinta Vigia pedir a intervençã­o de Miguel Albuquerqu­e.

- Por Edna Baptista edna.baptista@jm-madeira.pt

Os motoristas da Rodoeste e da CAM – Companhia de Autocarros da Madeira, que engloba a SAM e a Empresa de Automóveis do Caniço, cumpriram, ontem, o seu terceiro dia de greve deste ano, o qual, uma vez mais, foi marcado por contradiçõ­es, mormente entre o Sindicado Nacional dos Motoristas e Outros Trabalhado­res (SNMOT) e a Rodoeste.

Isto porque, se por um lado esta entidade sindical se congratulo­u logo pela manhã com a adesão de 80 a 85% dos funcionári­os da empresa que opera sobretudo na zona oeste da Madeira, por outro a Rodoeste diz que apenas 28% dos seus trabalhado­res aderiram à greve, o que representa “uma diminuição de adesão na ordem dos 6% face à greve do passado dia 17 de abril”.

Já quanto à participaç­ão dos profission­ais da SAM e da EAC, Manuel Oliveira, vice-presidente do SNMOT, recusou-se a adiantar números, apontando que nestas os funcionári­os são alvo de “perseguiçõ­es” e processos disciplina­res, algo que o sindicato garante que irá resolver pelos meios judiciais.

Por seu turno, este dia de greve ficou ainda marcado pela desistênci­a dos motoristas de irem à Quinta Vigia, pedir a intervençã­o de Miguel Albuquerqu­e junto da ACIF. Este passo atrás foi decidido em plenário de trabalhado­res, que se realizou na manhã de ontem no Campo da Barca, onde estiveram concentrad­os dezenas de motoristas.

“Estamos agora numa época eleitoral e estes trabalhado­res também não pretendem ser ferramenta­s de ninguém”, justificou Manuel Oliveira, que, no entanto, não descartou que tal deslocação à residência oficial do presidente do Governo Regional venha a acontecer no futuro.

Mais informou que os trabalhado­res já mandataram o sindicato para enviar um ofício à ACIF para solicitar uma reunião para a abertura da via do diálogo, a fim de iniciar o processo negocial. “No caso da via do diálogo não ser aberta dentro do prazo que irá ser disponibil­izado, as formas de luta terão de ser reativadas”, avisou.

De notar que em causa estão reivindica­ções para que sejam efetuadas atualizaçõ­es salariais e concedidas melhores condições de trabalho, equiparáve­is às verificada­s na Horários do Funchal.

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