TIAGO MARGARIDO SÓ FICA COM RUI ALVES
Técnico quer manter-se no Nacional desde que o presidente alvinegro aceite recandidatar-se e se mantenha na liderança do clube. Outro cenário levará à sua saída. Projeto e proposta do Nacional ditarão o futuro.
A continuidade de Tiago Margarido no comando técnico do Nacional depende da continuidade de Rui Alves no clube. E, Rui Alves tem afirmado com recorrência que não será candidato se a forma como o Governo Regional olha para o futebol profissional não for revista: ou seja, com os valores atuais de subvenção pública: 1,7 milhões de euros de subvenção na I Liga e 875 mil não é candidato.
Isto significa que a continuidade de Rui Alves dependerá, no fundo, do próximo Governo Regional.
O dirigente máximo dos alvinegros quer valores mais significativos que igualem pelo menos o que era pago no ano 2000: 3 milhões na I Liga e 1,5 milhões na II Liga. Tudo o que não representar esta aposta, o dirigente não se apresentará a eleições.
As eleições para o clube serão marcadas para 17 de junho próximo de forma a que o dirigente possa ter tempo para apurar o vencedor das eleições e ainda a estratégia para o futebol profissional do próximo partido ou partidos – que liderarem o Governo Regional.
Ambição determinante
De não somenos importância, está também para Tiago Margarido a necessidade de conhecer a proposta e a ambição do clube para a I Liga. Ou seja, é necessário conhecer as linhas gerais com que Rui Alves quer lançar-se para a I Liga. E se o projeto será suficientemente ambicioso para o técnico.
Além disso, é necessário apurar-se quantos jogadores manter-se-ão na equipa e quantos reforços serão necessários para a exigência da I Liga. Com um leque de 11 jogadores titulares e outras quatro opções mais regulares, o Nacional necessita de quase um jogador por posição.
Margarido sente-se em ‘casa’
Ora, depois de as emoções assentarem ao longo do dia de ontem e com
Margarido ainda focado no objetivo de o Nacional ser campeão da II Liga – basta ganhar ao Mafra e esperar que o Santa Clara empate frente ao Leiria para o título de campeão aterrar na Choupana – as partes já demonstraram a intenção de se manterem juntas.
Por outro lado, a direção do Nacional deixa o treinador trabalhar sem pressão, reconhecendo-lhe competência e liderança em doses significativas. Aqui, não pode ser ignorada a relação de amizade que se criou entre a direção e o técnico.
Por isso, em vez de apostar no escuro – já que tem vários interessados nos seus serviços – Margarido prefere trabalhar pelo menos mais uma época com liberdade para decidir, escolher, no fundo liderar o Nacional na I Liga. Finalmente, manter Tiago Margarido vai permitir ao Nacional segurar uma boa parte da atual equipa que conseguiu a promoção à I Liga. A relação da equipa técnica com os
jogadores foi ótima e muitos veem capacidade para continuar a crescer.
Consciente das dificuldades financeiras do clube, o técnico conseguiu um brilharete com apenas dois reforços no início da época – depois chegou Diga Almeida – e sem reforços em janeiro. Por isso, Margarido esteve sempre do lado da solução e da resolução dos problemas.