O NOSSO ORTOPEDISTA
O verão também é sinónimo de acidentes na estrada. Se o azar me bater à porta, que cuidados devo ter?
João Pereira, Ponta Delgada
Estima-se que mais de 35 por cento dos acidentes rodoviários (de automóvel e/ou moto) originam lesões na coluna cervical. As consequências podem variar, desde dores passageiras de causa traumática muscular, a situações mais graves como a paralisia nos membros. A prevenção é o fator mais importante e requer cuidados redobrados em período de férias, em que as viagens são mais longas. Os sintomas podem ser imediatos ou aparecer após o embate, pelo que é preciso ter em atenção os primeiros sinais para avaliar a gravidade da situação: dor e rigidez no pescoço, ombros e costas (eventualmente irradiada para os membros), náuseas, cefaleias ou tonturas. Preste também atenção a alterações da sensibilidade como formigueiros, dormência, diminuição da força nos braços ou pernas; estado de consciência alterado, dificuldades respiratórias e de concentração e até mesmo perda de controle da bexiga e intestinos.
Por que é tão perigoso o tal “efeito de chicote” quando um automóvel choca por trás?
António Lopes, Braga
Nos acidentes automobilísticos, as lesões na coluna cervical resultam tanto de traumatismos diretos sobre a cabeça como de movimentos mais complexos como flexão e hiperextensão formando o clássico “golpe de chicote”. Para proteger a coluna durante as viagens, sente-se de forma correta mantendo a coluna totalmente apoiada no banco e com o apoio da cabeça à altura correta. E use sempre o cinto de segurança!