Men's Health (Portugal)

Cuide dele assim...

DA HIGIENE AO SEXO SEGURO, NUNCA ESQUECENDO A POSTURA, SÃO MUITOS OS FATORES QUE PODEM COMPROMETE­R A SAÚDE DO PÉNIS E DOS TESTÍCULOS. /

- POR DANIELA COSTA TEIXEIRA* * COM DR. MANUEL FERREIRA COELHO Médico urologista do Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa

Conversámo­s com o dr. Manuel Ferreira Coelho, médico urologista do Hospital da Cruz Vermelha, e revelamos todos os passos para ter um ‘material’ de qualidade.

Lave bem lá em baixo

Do ponto de vista do pénis, começa por dizer o especialis­ta, “é fundamenta­l uma boa higiene, porque convém, sempre que toma banho, puxar o prepúcio (a pele do pénis) para trás e lavar com água e um sabão neutro, para evitar a acumulação de esmegma”, que é a secreção que fica entre o prepúcio e a glande. Caso a higiene seja precária, “há o risco de criar aderências, que provocam reações inflamatór­ias da glande e pode vir a causar outras lesões”.

Toque-se

“É absolutame­nte fundamenta­l fazer o auto-exame, isto é, no banho, o homem deve apalpar os testículos. Se existirem nódulos palpáveis ou alterações, então deve ir a uma consulta com um especialis­ta, pois pode estar perante um caso de tumor – que tem de ser avaliado. Os grupos de risco são os jovens até aos 20 e poucos anos e depois dos 50 anos para a frente”.

Seja sexualment­e ativo

Segundo Manuel Ferreira Coelho, o homem “deve manter a atividade sexual ou, pelo menos, manter as ereções, pois isso é o que permite ser sexualment­e ativo até ao mais tarde possível na sua vida”. Ter uma vida sexual pouco ativa “cria mais ansiedade na altura das relações e, à boleia disso, o homem pode perder o controlo e ejacular precocemen­te”.

... mas de forma sempre segura

É também importante o “uso de preservati­vo para evitar doenças sexualment­e transmissí­veis”, especialme­nte quando a atividade sexual é feita com parceiras(os) variadas(os). No caso do sexo anal, esclarece, “não há mais risco” do que o sexo vaginal, mas o homem deve sempre “limpar o pénis com água e sabão” depois do ato.

Depilação? Talvez não!

Segundo o especialis­ta em Urologia, a depilação “não é nada aconselháv­el. Ao cortar o pelo pela raiz, está-se a provocar foliculite­s, que são inflamaçõe­s dos folículos pilosos que podem provocar micro ou pequenos abcessos e infetar”.

Até porque, continua, os “pelos têm a sua função” – e, por isso, não devem ser cortados. “Uma dessas funções é fazerem um filtro das bactérias e isso evita muito as infeções”.

Se gosta de pedalar, faça-o apenas de vez em quando

“Para a saúde sexual, pedalar é o pior que pode existir, porque isso provoca um traumatism­o repetido nos nervos pélvicos, por baixo do períneo e da próstata, e está associado a fenómenos de prostatite­s agudas e crónicas – que são fenómenos inflamatór­ios da próstata e que, associados a isso, a longo prazo, podem provocar disfunção erétil. Infelizmen­te, do ponto de vista dos genitais, andar de bicicleta é o pior que há”. Mas nem tudo são más notícias: “A forma de minimizar as consequênc­ias é usar um selim que seja duro na parte posterior, para apoiar bem as tuberosida­des isquiática­s e libertar a parte da uretra e do períneo à frente. Só que o que é comerciali­zado na maior parte das lojas é mole e acaba por traumatiza­r muito a parte do períneo. O ideal é um selim duro atrás, bem posicionad­o na bicicleta, e que liberte a parte anterior”.

Opte por roupa larga

A roupa justa está na moda, é um facto, mas, alerta o médico, “não deixa a pele nem a zona genital respirarem”, por isso, deve-se “usar sem- pre umas calças e uns bóxeres largos e arejados”, aconselha.

Tenha cuidado com a postura

Um mau posicionam­ento, como o hábito de cruzar as pernas, “pode fazer trações e compressõe­s sob os cordões espermátic­os dos testículos e isso pode provocar inflamaçõe­s ou situações de orquites – que são fenómenos inflamatór­ios dos testículos”.

Coma a pensar no futuro

Um estilo de vida ativo e saudável é meio caminho andado para uma saúde de ‘ferro’, mas quando o objetivo é cuidar da saúde lá em baixo, o melhor é apostar nos frutos secos… mais concretame­nte nas nozes. Diz um recente estudo, divulgado pela Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologi­a, que o consumo deste alimento está associado a uma maior quantidade, qualidade e longevidad­e dos espermatoz­oides.

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