Men's Health (Portugal)

CORE POWER YOGA SCULP

NESTAS AULAS DE COREPOWER YOGA SCULPT VAI FAZER DE TUDO, DESDE POSTURAS VINYASA A EXERCÍCIOS DE FORÇA E CARDIO COM HALTERES PARA PERCEBER – LITERALMEN­TE – O QUE O TERMO YOGA QUER MESMO DIZER /

- POR BEN COURT

Estas aulas de yoga não são para todos. Prepare-se!

A aula começa como todas as outras aulas de yoga. Determina-se uma intenção (um objetivo para o treino) e estabelece-se a respiração (uma inspiração a quatro tempos seguida de uma expiração pelo nariz). Só que daqui para a frente é tudo diferente das comuns aulas de yoga. Em frente aos quatro homens e 20 mulheres desta aula no CorePower Yoga, em Manhattan (EUA), estão dispostos halteres de 5 e 2,5 kg, um bloco de borracha e toalhas. Alguns segundos depois, a aula parece tudo menos uma sessão de yoga. A instrutora Adrianna

Prez grita: “Vamos lá! Vamos dar o nosso melhor aqui e agora!” O quê? Como assim?

O CorePower Yoga é um estúdio fundado em Denver há 16 anos e, atualmente, tem mais de 180 espaços espalhados pelos EUA. Juntamente com as tradiciona­is aulas de yoga, mistura cardio e a sua marca é o yoga sculpt, um híbrido entre treino com peso corporal e posturas vinyasa que tanto incluem trabalho de força como exercícios de cardio. Tudo isto com muito calor e música alta! Este sculpt pode deixar muitos puristas do yoga com o pé atrás, mas há um método eficaz por detrás disto tudo. De acordo com Heather Peterson, diretora do CorePower Yoga, “aproveitou-se os elementos mentais de uma prática antiga e adicionou-se alguma ciência do desporto moderno para criar um treino demolidor”. E como é que isso se faz? “A música reduz a perceção do cansaço, os pesos ajudam a construir músculo e o cardio faz disparar o ritmo cardíaco”. A verdade é que funciona e o CorePower já está a pensar lançar mais dez estúdios nos próximos meses, até porque nos últimos dois anos o número de adeptos masculinos passou dos 18% para os 23%.

A aula começa em ritmo lento com posições de gato/vaca (em quatro apoios, arqueando e fletindo as costas) e progride para as saudações ao Sol. Logo de seguida, pegamos nos halteres de 5 kg e fazemos repetições rápidas de patadas de tricípites (ver coluna à direita) durante um minuto. Depois mantemos os braços estendidos para trás durante 30 segundos. Apesar da pouca carga dos halteres, este exercício ‘destrói’ os músculos. Para descansar, largamos os pesos e deixamos o corpo fluir com mais uma saudação ao Sol. Assim que recuperamo­s o fôlego, voltamos a pegar nos halteres. Fazemos a pose do guerreiro (também na coluna à direita). Mas agora vem o twist do yoga sculpt: estender o braço direito para a frente e puxar a outra mão para trás, como se fosse disparar um arco. Fazemos várias repetições disto e paramos. É viciante. E difícil. Os quadris tremem, os abdominais doem e os braços fraquejam. E o suor cai no tapete. Aqui não há misericórd­ia. Fazemos mais uma ronda e a seguir são quatro intensos minutos de cardio com joelhos ao peito, jumping jacks e agachament­os com salto. Até as sobrancelh­as escorrem suor.

Sem darmos conta já estamos de costas no chão, focados nos abdominais. Fazemos várias séries de elevação de pernas e depois uma ponte de glúteos com um bloco de borracha e halteres. De costas no chão, colocamos um bloco de borracha entre as coxas e contraímos os glúteos. A seguir, levantamos o rabo do chão e mantemos os halteres no ar com os braços estendidos. Agora é repetir até os glúteos e os braços ficarem de rastos (um minuto). A seguir, é preciso aguentar essa posição no alto mais uns segundos.

A banda sonora – que era suposto fazer-me esquecer do cansaço – já nem a ouço. Todo eu escorro suor. A instrutora termina a aula e aconselha a descansarm­os bem. “Obrigado por terem dado o vosso melhor. Abraçaram a vossa vulnerabil­idade e abriram-se para as vossas fraquezas”. É um momento estranho, mas ao mesmo tempo poderoso. Esta é a vocalizaçã­o de algo que sentimos no ginásio, mas que nunca verbalizam­os.

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