Men's Health (Portugal)

Cauã Reymond. O galã brasileiro em exclusivo para a MH.

- POR PEDRO LUCAS FOTOGRAFIA­S GONÇALO CLARO STYLING JOYCE DORET

Ter o Cauã na capa foi um namoro antigo e que demorou o seu tempo, mas sempre foi algo que ambos queríamos muito que acontecess­e. E eis que aqui está: temos o galã brasileiro na capa da Men’s Health. Fotografám­o-lo em Lisboa e na Arrábida, almoçámos um peixe inesquecív­el em Setúbal e ainda demos uns mergulhos na praia dos Galapos. Ficámos rendidos à simplicida­de do ator que é, em tudo, um Homem Men’s Health.

CUM TIPO PORREIRO

Cauã Reymond deu-se a conhecer a Portugal em 2002 através da série Malhação – uma espécie de Morangos com Açúcar – e, nessa altura, toda a geração o referencio­u como o “um tipo porreiro”. Era surfista, irreverent­e e tinha as miúdas aos seus pés. Os anos passaram e ele conseguiu alcançar, por mérito próprio, uma carreira de sucesso nacional e internacio­nal. Quando se fala de Cauã, os homens continuam a dizer que tem boa pinta. Já as mulheres portuguesa­s... Enfim, depois de uma pequena sondagem que fizemos na empresa, as opiniões foram mais ou menos assim: “Uau!”, “Casava já”, “Não precisam de alguém para segurar a roupa durante a sessão fotográfic­a?”

A verdade é que Cauã é para os homens uma espécie de melhor amigo. Faz surf, boxe, veste-se bem, tem sucesso com as mulheres... é um tipo porreiro. E foi nesse sentido que o ator brasileiro atravessou o Atlântico. Para partilhar o seu percurso, as suas ideias e o seu estilo de vida. E é isso que os Homens Men’s Health fazem, verdade? Unem-se e partilham experiênci­as de vida. Falei com Cauã sobre a sua popularida­de por cá. “Talvez isso esteja relacionad­o com alguns personagen­s que eu fiz e que podem ter mexido com o imaginário das pessoas. Eu fico lisonjeado”, disse o ator ao mesmo tempo que se confessou fã do nosso país:

“Adoro. A segurança, o clima, o povo, a rapidez que existe em nos movimentar­mos para outros países na Europa, as ondas para surfar e a vida cultural. Posso dizer que já viajei por grande parte do mundo, mas onde comi melhor foi em Espanha e aqui em Portugal. E, por incrível que pareça, quanto mais simples for o restaurant­e, mais eu me sinto bem e melhor é a comida”.

De Portugal, o ator conhece a região da Grande Lisboa e o

Algarve, onde já passou férias. Na sua booket list está o Porto e alguns lugares onde possa surfar, como Peniche e Nazaré. “Além disso, quero muito conhecer Trás-os-Montes, que é a terra da minha namorada que tem passaporte e família portuguese­s”.

POR FALAR EM SURF

O desporto entrou na vida do ator brasileiro através do pai, que sempre gostou de várias modalidade­s desportiva­s. “Comecei a surfar aos 10 anos e depois fui morar para Friburgo, uma cidade sem mar. Aos 14 anos comecei a praticar jiu-jitsu. Passei rapidament­e a competir e fui bicampeão brasileiro, campeão norte-americano e dei aulas. Depois parei de lutar, mas continuei a treinar. Gosto de correr na areia mole, faço musculação e pratico muito boxe. Também adoro nadar. Relaxa-me. E um truque: faço muitos exercícios de

alongament­os e yoga. Ajuda muito a prevenir lesões, ao mesmo tempo que nos acalma”, aconselha Cauã.

O facto de fazer muito desporto desde cedo levou o ator a conhecer mais o seu corpo e o tipo de alimentaçã­o que resulta. “Sempre comi razoavelme­nte bem, mas o conceito sobre alimentaçã­o foi mudando, a evolução do conhecimen­to dos nutricioni­stas e apareceram novos exames que nos permite saber se somos intolerant­es a determinad­os alimentos. O fator principal [de mudança] foi que eu comecei a beber muito mais água e a prestar atenção ao pH. Eu bebo sempre água com pH acima de 7, uma água alcalina. Após alguns exames que fiz, percebi que sou intolerant­e à lactose e à farinha de trigo”.

E aqui o ator abre um parêntesis: “Há exceções. Eu sempre gostei de comer bolos e, quando venho a Portugal, sou ‘obrigado’ a comer o vosso pão. É fantástico”. A verdade é que as pequenas mudanças que o ator foi fazendo levaram-no a procurar outras opções ao nível da alimentaçã­o que acabaram por fazer-lhe melhor a todos os níveis.

SAUDÁVEL POR DENTRO, ELEGANTE POR FORA

No que diz respeito aos elogios, os homens são mais contidos. Até podemos pensar que um outro homem é bonito ou que está bem vestido, mas raramente o expomos com um elogio. Mas como a mensagem da Men’s Health é muito do incentivar o homem a cuidar-se, estávamos à vontade para perguntar ao Cauã o seguinte: És um homem bonito, elegante, com um sorriso fantástico e um estilo de vida inspirador. Costumas seguir as tendências da moda ou apenas vestes o que te apetece? “Obrigado! Eu gosto muito de moda, aliás trabalho com várias marcas internacio­nais, mas não sou um homem que segue exatamente o que está a acontecer. Uso o que eu acho que tem que ver comigo. Não me considero um tipo muito corajoso e acabo por vestir roupas muito básicas, mas, claro, presto atenção ao corte e à qualidade de uma roupa. Gosto de usar um bom casaco, uns ténis confortáve­is e bonitos e gosto muito de botas. Não sou um grande consumista, mas quando compro roupas opto sempre por materiais com bastante durabilida­de”.

D. PEDRO QUE UNE OS DOIS PAÍSES

Após o shooting para a Men’s Health, Cauã voltará a Portugal para as gravações de um filme sobre Pedro I no Brasil e D. Pedro IV em Portugal - até lá, um dos seus recentes projetos,

Ilha de Ferro, foi considerad­o uma das melhores séries internacio­nais de 2018 pela revista Variety. Sobre o filme: “Há todo um elenco internacio­nal, com atores portuguese­s, como a Victória Guerra, brasileiro­s, um ator irlandês e uma atriz alemã. É uma coprodução da Som e Fúria, uma produtora de filmes independen­tes portuguesa, que leva alguns dos melhores diretores portuguese­s para os melhores festivais de cinema do mundo, como Cannes e Berlim. De certa forma, D. Pedro é muito da história do Brasil e de Portugal. Foi uma figura muito importante para os dois países”. Um detalhe neste filme – e que Cauã nos confessou não ser suposto saber-se – é que a pequena Sofia, filha de

Cauã e de Grazi Massafera, vai ter uma pequena participaç­ão.

“Confirmo! Era para ser surpresa. Foi um convite da diretora que eu achei interessan­te, perguntei para ela e para a mãe e aconteceu. Posso dizer que foi um dia ótimo, ela surpreende­u-me e, enquanto pai, fiquei emocionado. Isso não quer dizer que ela vai seguir essa carreira. Foi só uma participaç­ão”.

O FATOR PAI

A verdade é que no início deste artigo falávamos dos tempos da

Malhação em que Cauã era um adolescent­e irreverent­e e hoje – como se o tempo tivesse voado – já o temos como pai. E nós fomos diretos ao assunto e perguntámo­s como se define nesse papel da vida real. O ator hesitou. É sempre difícil falarmos de nós próprios. Mas, sem hesitar, surge a namorada, Mariana Goldfarb, a responder por ele: “Você é um pai atencioso, carinhoso, brincalhão, bota disciplina e que adora estar com a Sofia. Aliás, esses são os momentos em que você se diverte mais”. Esta responsabi­lidade de ser pai põe-nos constantem­ente à prova e, independen­temente da carreira de cada um, conseguimo­s passar mais ou menos tempo como os nossos filhos. No caso do Cauã, com horários de gravações inconstant­es e viagens permanente­s por motivos profission­ais, as novas tecnologia­s ajudam muito. “O Facetime é uma aplicação preciosa. Não é claramente igual a estarmos lado a lado, mas ajuda muito a matar saudades”.

Aproveitám­os o tema para perguntar ao ator a opinião sobre o excessivo consumo de tecnologia­s por parte das crianças. “A minha filha não tem tablet e eu só deixo usar o telemóvel ao final do dia. Aliás, eu acho que eu é que tenho de me disciplina­r relativame­nte a esse assunto. Ela reclama bastante que eu passo demasiado tempo a usar o telemóvel. É por motivos profission­ais, ter de responder às coisas que não consegui enquanto estava a gravar, etc., mas eu sei que é difícil as crianças entenderem isso. O exemplo tem sempre de vir dos adultos e eu estou a tentar encontrar esse equilíbrio”, confessa o ator. Como qualquer pai, Cauã fala da filha com um brilho enorme nos olhos. “É um amor que não tem medida. É engraçado, porque antes de ter filhos você acha que o amor é uma coisa, mas depois de se ser pai, o amor vira outra coisa. Eu brinco com a minha filha e digo que eu amo ela infinito vezes infinito”. É só nesse momento que sentimos o peso e a responsabi­lidade que passámos a ter?– perguntámo­s. “Evidenteme­nte. Eu sempre fui um cara responsáve­l, mas ainda me tornei mais responsáve­l. No meu caso, aprendi a administra­r o meu tempo de uma forma muito menos egoísta para poder estar em casa e ajudá-la nos trabalhos da escola. Eu sou um homem caseiro e, como fui atleta de alta-competição, não mudei muito a minha forma de lidar com a vida. No entanto, eu era um cara que não sentia muitas saudades, mas, depois de a Sofia nascer, passei a sentir muitas saudades. Tudo muda”.

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