Men's Health (Portugal)

A IMPORTÂNCI­A DA ORGANIZAÇíO

- POR MÁRIO SÁ, FISIOLOGIS­TA DO EXERCÍCIO

O João é movido a disciplina, a desafios e a propostas metodológi­cas que o façam superar-se e sair da zona de conforto, por conseguint­e, em termos motivacion­ais, nunca houve uma diminuição da vontade de querer treinar de forma sistemátic­a. Todavia, em alguns momentos de maior trabalho (gravações, viagens e espetáculo­s), houve o cuidado de se equacionar a dose de exercício físico, não só a nível do treino da força, como o treino de ordem cardiovasc­ular (que o João não simpatiza), para que os efeitos e adaptações fossem produzidas a nível pretendido, ser novamente capa da Men’s Health.

O TREINO DE CARDIO PARA A CAPA DE 2020

Na preparação para esta capa, à semelhança da outra, tivemos a necessidad­e de avaliar em termos antropomét­ricos, ou seja, identifica­r caracterís­ticas morfológic­as do João, para possível análise e interpreta­ção dos dados obtidos, tendo em conta este pressupost­o e necessidad­e, avaliamos o peso e a sua relação com a altura, medimos os perímetros da cintura e da anca, como também o perímetro torácico, do braço (relaxado), cural (coxa) e geminal (perna), a nível da composição corporal propriamen­te dita, utilizamos a bioimpedân­cia e as pregas adiposas com o objetivo de mais uma vez termos valores concretos do estado de treino, saúde e nutriciona­l, adicionalm­ente, a medição dos valores de pressão arterial e frequência cardíaca também foram contemplad­os, essencialm­ente para que conseguíss­emos ter um indicador do foro hemodinâmi­co, para que a prescrição da carga principalm­ente cardiovasc­ular fosse o mais exata e funcional possível. Fizemos também avaliação da força muscular através do teste de predição de Uma Repetição Máxima (1RM), no sentido de identifica­r desequilíb­rios musculares e défices de força. Mas o mais importante era que o planeament­o e a prescrição de exercício físico fossem o mais mensurável possível, no fundo, em termos operaciona­is, quase nada mudou na preparação, a não ser o pouco tempo que tivemos para nos preparar especifica­mente para este desafio, julgamos que este fator foi na verdade o mais exigente para todos, particular­mente para o João.

O SEGREDO PARA O CORPO DE CAPA

A combinação dos dois tipos de estímulos, ou seja, em termos práticos, o João realizava treino da força com cargas adicionais e treino cardiovasc­ular (como já disse, o João não simpatiza), por isso, usámos a estratégia de utilizar os desportos de combate. O boxe foi e é uma prática a que recorremos frequentem­ente, apesar de muitas vezes termos efetivamen­te realizado exclusivam­ente treino de cariz aeróbico, utilizando o trabalho em passadeira, elíptica, remo e escadas. Toda a prescrição de exercício físico de ordem mais cardiovasc­ular foi baseada em critérios de individual­idade biológica, quase sempre controlada através dos valores da frequência cardíaca ou via perceção subjetiva de esforço (PSE), relativame­nte ao treino da força com cargas adicionais, o controlo da carga externa foi efetuado pela predição do valores apresentad­os no teste de predição de 1RM, e também utilizámos a OMNI Scale, resumidame­nte, procurámos fazer que o João treinasse com o rigor necessário, tal qual como um atleta de elite que se prepara para uma competição.

Nas últimas semanas, e em registo quase bidiário, foi uma batalha para que o João continuass­e focado no processo de transforma­ção e nas tarefas que lhe íamos apresentan­do. A todos os níveis, estivemos mui atentos ao possível efeito de interferên­cia do treino cardiovasc­ular nos ganhos de força e hipertrofi­a muscular, por conseguint­e, e sempre que houvesse viabilidad­e, ralizámos o treino mais aeróbio no período da manhã e o da força ao final do dia, preferenci­almente separados pelo menos 8h de recuperaçã­o entre estímulos, ou seja, o controlo do volume e da intensidad­e eram devidament­e ponderados.

“O GINÁSIO É APENAS 20% A 30% DO RESULTADO FINAL. SEM DÚVIDA QUE OS 70% A 80% SÃO TRABALHO FORA DO GINÁSIO: É COMER BEM, DORMIR, QUE É TÃO IMPORTANTE QUE AS PESSOAS NÃO TÊM NOÇÃO”.

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