Covid-19. Toda a informação sobre o novo coronavírus.
Vivemos tempos inesperados, assustadores e que pedem máxima responsabilidade por parte de todos nós. Desde 2009 que não era declarada uma pandemia. Passaram apenas 11 anos, mas o novo coronavírus vem em plena era digital. E os primeiros cuidados começam a
OQUE É O NOVO CORONAVÍRUS? Comecemos pela teoria. O novo coronavírus, de nome SARS-CoV-2, é um agente infeccioso de origem (ainda) desconhecida e que nunca tinha sido identificado em seres humanos até ter aparecido o primeiro caso, em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan (China). Em 2002 já tinha sido identificada a síndrome respiratória aguda grave, à qual foi dada o nome SARS-CoV. O novo coronavírus, aquele que nos afeta agora, é designado por SARS-CoV-2, uma vez que existe este outro coronavírus detetado há 18 anos.
Para facilitar a compreensão, SARS-CoV-2 é o nome do novo vírus e é a sigla em inglês para severe respiratory acute syndrome (síndrome respiratória aguda grave) – coronavírus – 2. Já covid-19 (coronavirus disease) é o nome da doença por coronavírus. O 19 deve-se a 2019, pois foi descoberta nesse ano.
QUAIS OS SINTOMAS?
A covid-19 afeta o sistema respiratório e os sintomas assemelham-se aos que são comuns à gripe. A maioria das pessoas até agora infetadas têm apresentado os seguintes sintomas:
DIFICULDADE EM RESPIRAR (FALTA DE AR); TOSSE SECA;
FEBRE (ACIMA DOS 37,5º, SEGUNDO A DGS); CEFALEIA (DOR DE CABEÇA);
DORES MUSCULARES;
FRAQUEZA GENERALIZADA;
CONGESTÃO NASAL, DOR DE GARGANTA OU DIARREIA (sintomas menos comuns).
QUEM PERTENCE AO GRUPO DE RISCO? Os idosos e as pessoas com doenças crónicas (ex: doenças cardíacas, diabetes e doenças pulmonares) e problemas respiratórios são mais vulneráveis à ação do vírus.
COMO SE TRANSMITE?
A covid-19 transmite-se por contacto próximo com pessoas já infetadas pelo vírus. A transmissão dá-se através de gotículas libertadas pelo nariz ou pela boca quando a pessoa tosse ou espirra sem qualquer tipo de proteção (pôr o braço à frente do nariz e da boca ou usando um lenço descartável). Essas mesmas gotículas podem atingir diretamente a boca, o nariz e os olhos de quem estiver próximo, ou permanecer em objetos e superfícies. O risco de contrair covid-19 de alguém sem sintomas está ainda sob investigação.
Quanto ao período de incubação (espaço de tempo desde a exposição ao vírus e o aparecimento dos primeiros sintomas associados à infeção), os mais recentes estudos dizem que pode ser de dois a 14 dias.
O QUE ESTÁ AO MEU ALCANCE PARA ME PROTEGER A MIM E AOS OUTROS
Apesar de não existir ainda uma vacina e de não ser possível evitar a 100% a contração do vírus, algumas medidas simples podem ajudar na proteção. São elas:
TENHA ETIQUETA RESPIRATÓRIA. Tape com o braço o nariz e a boca sempre que espirra e tosse. Se usar lenços, opte pelos descartáveis e deite no lixo após uma utilização;
LAVE AS MÃOS CORRETA E REGULARMENTE. Use sabão (ou soluções à base de álcool a 70%) e água e lave as mãos durante 20 segundos. A lavagem deve acontecer várias vezes ao dia, especialmente depois de se assoar, tossir ou tocar no próprio rosto ou em pessoas infetadas ou objetos e superfícies partilhadas;
EVITE TOCAR COM AS MÃOS NOS OLHOS, NA BOCA E NO NARIZ. Se o fizer, vá lavar as mãos;
RESPEITE O ISOLAMENTO PROFILÁTICO (que serve para prevenir doenças e infeções) e evite o contacto com pessoas com infeção respiratória ou do grupo de risco. Fique em casa e só saia se for mesmo preciso;
FIQUE ATENTO A SINTOMAS E LIGUE PARA O SNS 24 SE SUSPEITAR DE CONTRAÇÃO DE VÍRUS. Avalie onde esteve, com quem esteve e se os sintomas coincidem com os mencionados atrás. Isole-se num espaço (quarto, por exemplo), use máscara de proteção e saia apenas após recomendação do SNS 24 (ligue para 808 24 24 24 para Portugal continental e ilhas, embora exista também 808 24 60 24 para a Linha de Saúde dos Açores e 800 24 24 20 para o Serviço Regional de Saúde da Madeira). Se a situação se agravar (febre muito alta e episódios de incapacidade respiratória), ligue para o 112. Se permanecer em casa, não partilhe talheres, copos, pratos e quaisquer outros objetos, tenha a sua própria toalha e, se possível, use uma casa de banho em exclusivo (se não for possível, é necessária a devida higienização regular da mesma);
NÃO VÁ A HOSPITAIS a não ser que seja estritamente necessário.
COMO POSSO SER DIGITALMENTE RESPONSÁVEL DURANTE UMA PANDEMIA? Esta é a primeira pandemia em plena era digital e parte da prevenção passa por saber fazer um bom uso das ferramentas digitais. Tome nota:
NÃO PARTILHE TEXTOS E ÁUDIOS VIA WHATSAPP, muitos destes conteúdos são falsos e servem apenas para instalar o pânico;
NÃO ACEDA A SITES DE FAKE NEWS E PROCURE INFORMAÇÃO APENAS EM FONTES CREDÍVEIS: SNS, DGS E OMS. Todas estas entidades têm informação devidamente fundamentada;
NÃO FAÇA NEM PARTILHE VÍDEOS, TEXTOS OU IMAGENS QUE RIDICULARIZEM A SITUAÇÃO, pois pode fazer entender que a situação é menos grave do que é na realidade.
QUAL O PAPEL DOS ALIMENTOS?
Aqui temos de tocar em dois pontos: o que comemos e como comemos. Não há qualquer evidência de alimentos que ajudem a combater este vírus, no entanto, reforçar o sistema imunitário nesta altura (e todo o ano) pode ser uma mais-valia, embora não seja uma barreira à contração do vírus. Mantenha uma alimentação saudável e
equilibrada e não faça suplementação sem aconselhamento médico. Siga as recomendações em nutrimento.pt.
Quanto à presença do vírus nos alimentos, não há também qualquer evidência que suporte a transmissão do coronavírus pelos alimentos. No entanto, importa ter alguns cuidados básicos antes de preparar ou consumir alimentos. Lave sempre bem as mãos antes de tocar nos alimentos e lave bem os alimentos frescos (como carne, peixe, tofu, fruta e vegetais) antes de os confecionar e consumir. “Como os coronavírus têm uma reduzida capacidade de sobrevivência em superfícies, o risco de transmissão por produtos alimentares ou embalagens, enviados num período de dias ou semanas à temperatura ambiente, refrigerada ou congelada, é reduzido”, diz o Ministério da Saúde.
VOU FICAR COM O MEU FILHO EM CASA, O QUE TENHO DE FAZER PARA MANTER A REMUNERAÇÃO?
Ora, se ficar em regime de teletrabalho, a remuneração é a 100% e o pagamento de subsídio de refeição fica garantido, pois está a trabalhar mas num local diferente. Neste caso, é o empregador que assegura o salário. Se não lhe é possível ficar em modo de teletrabalho, mas o seu filho (até 12 anos) está em isolamento profilático por fecho de escolas e creches, recebe 2/3 da sua remuneração. Porém, não está incluído o período de férias da Páscoa.
No caso do acompanhamento de menores de 12 anos em isolamento profilárico por ordem de uma delegação de sáude, o progenitor (ou avós, se assim for) irá receber 65% do seu salário, sendo que o subsídio tem duração máxima de 14 dias e passará a ser pago a 100% com a entrada em vigor do Orçamento do Estado. Neste caso, tem de ser a entidade empregadora a solicitar junto da Segurança Social este novo regime. Em caso de dúvidas ou perante mudanças futuras, pode sempre consultar os recursos humanos da sua entidade empregadora ou contactar por telefone ou por e-mail os serviços estatais. Caso se verifique a ocorrência de doença da criança durante ou após os 14 dias, os tutores têm direito aos subsídio por assistência nos termos gerais da prestação.
Se for o próprio a ficar em casa em isolamento imposto pelo delegado de saúde tem direito a renumeração a 100% nos 14 dias de ‘quarentena’. Mas informe-se sempre.
COMO POSSO CUIDAR DA MINHA SAÚDE MENTAL DURANTE A QUARENTENA?
Ficar fechado em casa durante vários dias pode ser um verdadeiro desafio, até mesmo para quem gosta de ficar por casa e acha sempre que se consegue entreter com qualquer coisa. No entanto, uma coisa é ficar em casa por vontade própria, outra é por obrigação, o que pode impor uma grande carga psicológica.
Cuidar da saúde mental e das emoções é determinante e, em primeiro lugar, há que cuidar de si. E, sim, isso passa por manter-se ativo e alimentar-se bem. É certo que as rotinas vão mudar, mas tente manter-se fiel a horários e a hábitos saudáveis de sempre. A Organização Mundial da Saúde aconselha a não beber nem fumar.
De acordo com a Ordem dos Psicólogos
– que tem conselhos no seu site deve começar por assegurar uma boa noite de sono. Além disso, deve evitar a leitura constante de notícias sobre a covid-19, sobretudo partilhadas de forma irresponsável nas redes sociais. Já que a Direção-Geral da Saúde publica apenas uma vez por dia o ponto de situação atual de Portugal, esta pode ser uma boa estratégia para consultar somente o botelim ofcial deste organismo (www. covid19.min-saude.pt/ponto-de-situacao-atual-em-portugal/). Limite o tempo que passa em frente à televisão, especialmente em canais noticiosos. Quanto mais informação, maior é a probabilidade de se sentir desconfortável com o tema.
Se se sente triste, ansioso e com medo, converse com pessoas que lhe são próximas através de video chamada ou de uma simples chamada. Procure fazer atividades de que gosta, como ler, ouvir música, ver filmes e até mesmo meditar. Sempre que possível, vá à janela ou à varanda apanhar sol. Se tiver animais de estimação, brinque com eles – e lave as mãos depois.
Se está em teletrabalho, faça as pausas habituais e cumpra os horários, não trabalhando mais do que o necessário.
COMO POSSO AJUDAR OS VIZINHOS MAIS IDOSOS OU QUE PERTENCEM
A UM GRUPO DE RISCO?
Se mora num apartamento, pode colocar à entrada do prédio um papel com o seu contacto para que vizinhos que pertençam aos grupos de risco lhe possam telefonar. Aqui, não se trata apenas de fazer companhia por telefone, pode ser o contacto de emergência para quem mora sozinho ou simplesmente o ‘estafeta salva-vidas’ que vai comprar pão e passear o cão. Se estiver bem, sem sintomas e se não esteve recentemente em locais de risco, pode assegurar as compras essenciais de bens alimentares e medicamentos de vizinhos que não possam sair de casa. Se um dos seus vizinhos adoecer e for internado – por covid-19 ou não – tome conta do seu animal de estimação. Se não quiser ficar apenas pelos vizinhos mais próximos ou do seu prédio, pode espalhar alguns papéis pela rua ou juntar-se à página de Instagram de apoio comunitário, como a Vizinho Amigo (@vizinho_amigo_).