ALIMENTAÇÃO
Apesar de não fazer uma alimentação totalmente desequilibrada e descuidada, o Diogo tinha vários aspetos a melhorar em relação à qualidade, escolha e adequação dos alimentos ao momento do dia.
Uma das tarefas que começamos a desenvolver foi a reeducação alimentar, a base de qualquer processo. Queria que ele compreendesse, por exemplo, a razão de escolher um iogurte com maior valor nutricional em detrimento de outro ou de preferir uns flocos de aveia a cereais açucarados. Não era por termos um objetivo de ganho de peso que a qualidade da alimentação podia ser descurada. O outro propósito seria a adoção de uma rotina alimentar que incluísse a densidade energética que o Diogo precisava. Este foi o primeiro grande desafio, pois não é fácil comer mais do que a nossa vontade. Entrou aqui a minha criatividade para o fazer comer mais com menos esforço. Adotamos os batidos hipercalóricos, com aveia, fruta, manteiga de amendoim e até os ovos mexidos com arroz.
Entretanto, apenas umas semanas depois, tivemos um contratempo: a pandemia, a que se seguiu um longo confinamento. Suspendemos as consultas presenciais, mas continuamos em contacto para garantir a qualidade alimentar.
No início de Novembro, ajustamos a alimentação para iniciar a fase de otimização de massa muscular. Reavaliei o Diogo, já com uns quilinhos a menos e uma dificuldade adicional: um sono com interrupções. O sono é muitas vezes negligenciado, mas possui grande impacto no ganho de massa muscular. É durante o sono que temos uma produção hormonal favorável ao crescimento muscular. Mas eram apenas desafios e o Diogo estava empenhado.
No início de Janeiro, senti o Diogo bem mais motivado, uma vez que já começava a ver resultados, fator este preponderante para se empenhar ainda mais no processo. Estava também mais organizado, rigoroso, mais autónomo no planeamento das refeições e cada vez mais adaptado às quantidades crescentes. Até já tinha tomado o gosto pelas famosas papas de aveia, que lhe “aumentavam o rabo”, dizia ele.
Após alcançarmos o volume muscular pretendido, entramos por fim na última fase em meados de Fevereiro, a otimização da massa gorda. Esta fase implicava reduzir a ingestão energética, de forma a reduzir os níveis de gordura corporal para que os músculos ficassem mais visíveis e aparentes, mas sem condicionar o rendimento do treino. Queríamos que o Diogo treinasse a 200%. Começamos nesta fase com um pouco mais de ansiedade à mistura, a avaliar quinzenalmente ou semanalmente a evolução física do Diogo. Os grandes receios eram a perda de massa muscular devido ao generoso défice energético a que estava sujeito, mas as expetativas foram geridas e a perda de massa muscular foi apenas o esperado.
Não posso deixar de agradecer a toda a equipa, por confiar-me esta missão, e felicitar o grande Diogo Piçarra pelo empenho, dedicação e trabalho árduo que sempre demonstrou durante todo o processo. Parabéns Diogo! Conseguiste!
“NÃO ERA POR TERMOS O OBJETIVO DE GANHO DE PESO QUE A QUALIDADE DA ALIMENTAÇÃO PODIA SER DESCURADA ”