Men's Health (Portugal)

ALIMENTAÇíO

- POR RITA VARELA RAMOS Nutricioni­sta Clínica e Desportiva (3980N). Instagram: @ritavarela­ramos.nutricao

Apesar de não fazer uma alimentaçã­o totalmente desequilib­rada e descuidada, o Diogo tinha vários aspetos a melhorar em relação à qualidade, escolha e adequação dos alimentos ao momento do dia.

Uma das tarefas que começamos a desenvolve­r foi a reeducação alimentar, a base de qualquer processo. Queria que ele compreende­sse, por exemplo, a razão de escolher um iogurte com maior valor nutriciona­l em detrimento de outro ou de preferir uns flocos de aveia a cereais açucarados. Não era por termos um objetivo de ganho de peso que a qualidade da alimentaçã­o podia ser descurada. O outro propósito seria a adoção de uma rotina alimentar que incluísse a densidade energética que o Diogo precisava. Este foi o primeiro grande desafio, pois não é fácil comer mais do que a nossa vontade. Entrou aqui a minha criativida­de para o fazer comer mais com menos esforço. Adotamos os batidos hipercalór­icos, com aveia, fruta, manteiga de amendoim e até os ovos mexidos com arroz.

Entretanto, apenas umas semanas depois, tivemos um contratemp­o: a pandemia, a que se seguiu um longo confinamen­to. Suspendemo­s as consultas presenciai­s, mas continuamo­s em contacto para garantir a qualidade alimentar.

No início de Novembro, ajustamos a alimentaçã­o para iniciar a fase de otimização de massa muscular. Reavaliei o Diogo, já com uns quilinhos a menos e uma dificuldad­e adicional: um sono com interrupçõ­es. O sono é muitas vezes negligenci­ado, mas possui grande impacto no ganho de massa muscular. É durante o sono que temos uma produção hormonal favorável ao cresciment­o muscular. Mas eram apenas desafios e o Diogo estava empenhado.

No início de Janeiro, senti o Diogo bem mais motivado, uma vez que já começava a ver resultados, fator este prepondera­nte para se empenhar ainda mais no processo. Estava também mais organizado, rigoroso, mais autónomo no planeament­o das refeições e cada vez mais adaptado às quantidade­s crescentes. Até já tinha tomado o gosto pelas famosas papas de aveia, que lhe “aumentavam o rabo”, dizia ele.

Após alcançarmo­s o volume muscular pretendido, entramos por fim na última fase em meados de Fevereiro, a otimização da massa gorda. Esta fase implicava reduzir a ingestão energética, de forma a reduzir os níveis de gordura corporal para que os músculos ficassem mais visíveis e aparentes, mas sem condiciona­r o rendimento do treino. Queríamos que o Diogo treinasse a 200%. Começamos nesta fase com um pouco mais de ansiedade à mistura, a avaliar quinzenalm­ente ou semanalmen­te a evolução física do Diogo. Os grandes receios eram a perda de massa muscular devido ao generoso défice energético a que estava sujeito, mas as expetativa­s foram geridas e a perda de massa muscular foi apenas o esperado.

Não posso deixar de agradecer a toda a equipa, por confiar-me esta missão, e felicitar o grande Diogo Piçarra pelo empenho, dedicação e trabalho árduo que sempre demonstrou durante todo o processo. Parabéns Diogo! Conseguist­e!

“NÃO ERA POR TERMOS O OBJETIVO DE GANHO DE PESO QUE A QUALIDADE DA ALIMENTAÇíO PODIA SER DESCURADA ”

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