NICK YOUNGQUEST
A MEN’S HEALTH PORTUGAL esteve a trocar umas bolas com o embaixador Invictus Victory e capa da nossa edição em 2019. Desta vez não foi na Ericeira, a segunda casa do australiano, mas sim à boleia das novas tecnologias numa conversa à distância em exclusivo para os nossos leitores.
Quando jogavas râguebi certamente que passaste por momentos de euforia com vitórias. Como defines esse sentimento?
À medida que passamos pelas diferentes fases da vida, os significados de vitória e de derrota vão mudando. Quando era mais jovem e praticava desporto profissional, só pensava em vencer. Mas agora percebo que as vitórias vêm de diversas formas e não significa necessariamente que tenha de ser dominante sobre alguém ou derrotar alguém. Atualmente, corro maratonas com o intuito de angariar fundos para instituições de caridade e, honestamente, sei que nunca irei ganhar uma. Mas acabo a sentir-me muito mais vitorioso quando acabo uma maratona e completo a corrida com crianças a sorrirem por estarem a correr comigo, do que me sentia quando ganhava no desporto que praticava. Eu escolhi tentar ser melhor e escolhi aprender. Penso que, a partir do momento em que conseguirem aperceber-se de tudo isto, terão vitórias maiores que vão conseguir realmente apreciar e viver.
Quais foram as vitórias mais importantes ao longo da tua vida?
Sendo honesto, pode parecer cliché, mas um dos momentos mais vitoriosos da minha vida foi trabalhar com o Invictus. Venho de uma profissão diferente e trabalhar com a Paco Rabanne tem sido fascinante. Tenho a hipótese de ver um lado tão diferente da vida profissional: trabalhar com centenas de pessoas nos sets de anúncios de televisão e levar a cabo os projetos fantásticos que temos tido ligados a instituições de caridade em todo o mundo.
Pegando no nome do perfume, tens algum exemplo a seguir de Vitória?
Kelly Slater, por exemplo, ou Stephanie Gilmore, também uma surfista australiana. A habilidade dela ao longo dos anos e o facto de ser sempre tão bem-sucedida. E estou também maravilhado com a luta dela pelos direitos das mulheres e igualdade no surf e desporto no geral.
À medida que ia ficando mais velho, Martin Luther King passou a ser um exemplo de alguém vitorioso, ainda que continuemos a atravessar períodos de dificuldades e desigualdade social, especialmente quando falamos de etnia. Mas o que ele conseguiu alcançar num período de tempo tão curto foi tão inspirador, que me deu uma sensação de vitória diferente. Inspirou-me a também eu evocar à mudança social com os temas que apoio.
A derrota também faz parte do jogo?
Nós aprendemos tanto sobre nós próprios quando perdemos! No desporto, garanto que quando se perder um jogo no sábado, na segunda-feira tens de rever o teu desempenho e perceber o que fizeste de errado. É por isto que dou muita importância aos pequenos detalhes e a querer ser melhor. A derrota não é o mesmo que falhar. Se experienciamos derrota, é porque estivemos dispostos a colocar-nos numa posição em que isso era uma possibilidade, o que é fantástico. É disso que se trata viver.
És co-fundador da “Athletes for Life”, uma associação de caridade para ajudar atletas reformados na sua transição profissional. Podes falar um pouco mais deste projeto?
Na “Athletes For Life” focamo-nos nas transformações de identidade atlética: ajudamos os atletas a verem-se como mais do que apenas atletas. Sentimos a necessidade de entender quem são estas pessoas, para além das suas carreiras atléticas, que começam cedo e podem terminar cedo. Também acreditamos que desafiar os atletas a explorarem as suas vulnerabilidades é extremamente benéfico e empoderador para as outras pessoas.
E há também a parte de seres um defensor dos direitos e igualdade LGBTQ+, que denuncia publicamente, nas redes sociais, situações de discriminação e desigualdade.
Não me recordo de um momento específico em que tenha decidido apoiar a comunidade LGTBQ+, mas algo dentro de mim fez-me perceber que devia. Fiz algumas revistas gays e fui severamente ostracizado por isso na indústria do desporto. Acabei a ser chamado todos os nomes a que esta comunidade está constantemente exposta. Senti que tinha de abordar esta questão, mesmo que acabasse por ser marginalizado.
É incontornável não falarmos da tua ligação a Paco Rabanne e deste novo perfume Invictus Victory. O que pensa desta nova fragrância?
Adoro o mix entre frescura e intensidade. Penso que transmite sensualidade, enquanto oferece uma energia forte. Cheira muito bem.
Mas tens um perfume favorito de toda a gama Invitus?
Não tenho um favorito, pois todas as fragrâncias podem ser usadas em momentos diferentes. Ao longo da gama, existem diferenças subtis, sempre jogando com a justaposição de frescura e sensualidade. Adoro a versatilidade das fragrâncias, é ótima para homens. Enquanto que olho para o Invictus Legend como uma fragrância que pode ser usada num primeiro encontro, outra pessoa pode vê-la como uma fragrância para o dia-a-dia. A fragrância que escolhemos usar pode realmente apontar a nossa própria individualidade.